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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

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QUE GRANDE TARDE DE TOIROS EM ALMEIRIM

02.06.14 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros Monumental de Almeirim – 01-06-14

Director: Francisco Calado – Veterinário: José Luis Cruz –Lotação: ¾

Cartel: António Telles, Manuel Telles Bastos, João Moura Jr, Miguel Moura

Forcados: Amadores de Vila Franca e Chamusca

Ganadaria: Vinhas

 

 

QUE GRANDE TARDE DE TOIROS EM ALMEIRIM

 

Penso que está uma das expressões que pode sintetizar aquilo que se viveu na tarde de domingo 1º de junho na Monumental de Almeirim, na Corrida da Família. Grande ambiente, competição acesa entre as famílias Telles e Moura, com toiros a ajudarem ao espectáculo, levando emoção às bancadas e com algumas grandes intervenções dos forcados de ambos os Grupos, transformaram a quente tarde numa tarde quente de toiros e que fez valer a pena a deslocação de todos quantos a Almeirim se deslocaram.

 

O elemento toiro, como referimos, é o principal e das suas condições de lide depende, na maioria dos casos, o êxito de cada tarde, de cada actuação. Neste caso, os toiros de Vinhas, com 5 anos (apenas um tinha 4), bem apresentados dentro do tipo do encaste, tiveram no geral boas condições de lide, sendo que o terceiro da tarde era burriciego, ou seja com problemas de visão. Foi um curro com muito para tourear e que nas pegas se empregaram a fundo, proporcionando a tal emoção que sempre faz falta e dá outro sabor a cada lide.

 

António Telles teve uma lide soberba na brega e na forma como abordou cada uma das sortes no toiro que abriu praça e que foi bastante nobre e suave. António esteve pausado e templado nas sortes, mostrando-se nos cites, cravando bem e de frente, com reuniões ajustadas e onde se sentiu que o toureiro estava a gosto ao ponto de passar por João Moura (que estava na bancada) e dizer «este era bom para ti, mas para mim também», expressão que demonstra bem como a lide teve intensidade e permitiu que o toureiro também disfrutasse da obra que estava a construir. Uma grande actuação de António Telles, ao seu melhor nível.

 

Manuel Telles Bastos lidou o segundo da tarde e mostro que estava ali para triunfar ao receber o toiro coma sorte de gaiola que resultou bem e aguentando quase duas voltas inteiras á arena com o toiro a carregar com força. A sua lide foi de menos a mais, com bons momentos na brega e uns quantos ferros curtos de muito mérito, pois colocou-se bem para cada uma das sortes, encontrando toiro em todos os terrenos e deixando bons ferros em sortes frontais bem executadas e com quarteios ajustados.

 

João Moura Jr teve por diante o toiro que mais problemas colocou pelo seu problema visual – burriciego – mas que o cavaleiro soube resolver com inteligência no momento da cravagem, abordando bem o toiro, colocando-se bem por diante a deixar-se ver e abrindo os quarteios o suficiente para cravar bem a ferragem. Não foi uma lide de grande impacto mas teve qualidade e selo Moura.

 

O quarto toiro da tarde lesionou-se e teve de ser substituído pelo sobrero que cumpriu e frente ao qual Miguel Moura teve uma actuação bastante luzida, com vibrantes entradas ao pitón contrário nos primeiros curtos , estando também em bom plano na brega e rematando esta sua actuação com um ferro de frente e atacar o toiro em tábuas e um outro de palmo entre os fortes aplausos do público.

 

As lides a duo não costumam trazer nada de novo mas nestes casos costumam resultar e a verdade é que em ambos os casos, no quinto toiro entre António e Manuel Telles e no sexto da ordem com João e Miguel Moura, houve momentos de interesse na brega e na cravagem da ferragem, com os toureiros a empolgarem-se e a galvanizar o público, terminando de forma apoteótica a corrida no que ao toureio a cavalo se refere.

 

E em apoteose terminou também o capítulo dedicado á forcadagem com a enorme pega de caras de Nuno Marques, cabo dos Amadores da Chamusca, um dos momentos mais altos da corrida, com uma pega de caras tecnicamente perfeita no cite, no mandar na investida, no recuar e receber, com braços de ferro a fechar-se e aguentar fortes derrotes, levantando o público das bancadas. Mas corrida abriu com os Forcados Amadores de Vila Franca que tiveram como forcados de cara Rui Godinho que se fechou com decisão à 1ª, António Faria à quarta e o cabo Ricardo Castelo numa dura cara à segunda, depois de na primeira o toiro ter feito o pino e o forcado não ter conseguido manter-se na cara. Pelos Amadores da Chamusca, e para além do cabo no sexto da ordem, foram forcados de cara Ricardo Costa numa rija pega à segunda tentativa no segundo toiro e Francisco Borges, bem à 1ª no quarto da tarde.

 

Direcção acertada de Francisco Calado assessorado pelo veterinário José Luis Cruz, registando-se cerca de ¾ de lotação preenchida.

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