Dirijo-me a todos aqueles que, como eu, são aficionados à Festa Brava nas suas mais diversas vertentes. E, em especial, àqueles que têm responsabilidade na manutenção da pouca comunicação social dedicada á tauromaquia neste nosso País.
Os aficionados querem informação, seja ela escrita nos meios convencionais – jornais e revistas -, seja nos blogues/sites na internet, nas redes sociais, ou na forma audiovisual, aqui entendidas também as rádios e televisões. E é sobre algumas destas situações que me dirijo a todos vós.
Após muitos anos de «Sol e Toiros» na Antena Um, antiga Emissora Nacional; após muitas transmissões de corridas na RTP e de programas de tauromaquia com o Francisco Morgado e Maurício do vale, Eduardo Leonardo e mais recentemente com o José Cáceres; depois de algumas incursões da TVI com transmissões mas sem nunca ter assumido um programa de tauromaquia; foram as rádios locais a manter viva a chama da informação taurina com diversos programas que, a pouco e pouco e a pretexto da crise que se foi instalando neste País (abundância só tem havido de escândalos e disparates), têm vindo a acabar – Rádio cartaxo, Rádio Voz de Alenquer, Rádio Oásis FM. Na televisão, todos sabemos o que aconteceu no ano passado em que não houve programa de tauromaquia na RTP/2 e as transmissões foram o que foram.
Se nos virarmos para os jornais, e se dantes a tauromaquia estava presente em muitos e pelos melhores motivos, agora só o Correio da Manhã tem uns «linguados» do Maurício e resumos de crónicas de João Aranha e Joaquim Tapada, sempre sem o destaque que, em tempos de Manuel Andrade Guerra tinha. A importância em termos de vendas deste jornal é inversamente proporcional ao destaque dado á tauromaquia. E alguns jornais regionais, felizmente, ainda vão dando destaque à Festa Brava porque entendem o sentir e pensar das gentes a quem se dirigem.
A verdade, meus caros amigos, é que o espaço que conquistáramos há 26/27 anos a esta parte, está a ser cada vez menor, de menor importância, estrangulando a informação, silenciando as vozes que dão voz à tauromaquia e seus intérpretes e valores. E não vejo, vinda seja de que parte for, qualquer acção que vise acabar com esta situação que, não fossem as revistas Novo Burladero e Contra Barreira e o jornal Olé, e os muitos sites/blogues que existem e ninguém disporia de qualquer tipo de informação sobre a actividade tauromáquica neste País, com todos os prejuízos inerentes para todos quantos vivem desta actividade.
A verdade é que a promoção da festa, dos seus intervenientes, em todas as áreas, é feita quase exclusivamente nestes meios acima referidos e de forma praticamente gratuita. Mas não ouvimos ninguém vir em defesa daqueles que o fazem ao longo das 52 semanas de um ano, dos seus 365 dias. E um dia destes, sem rádios, sem televisão, sem jornais, quero ver onde vai parar a promoção e divulgação da Festa Brava.
Silêncio? Só quando se vai cantar o fado!!!