Praça de Toiros da Moita do Ribatejo – 10.09.13 – Corrida à Portuguesa
Director: Manuel Gama – Veterinário: João Nobre – Lotação: ½ casa
Cavaleiros: António Telles, Rui Fernandes, Vitor Ribeiro
Forcados: Amadores da Moita, Montijo, ABV Alcochete
Ganadaria: Rio Frio
E QUANDO SAI O BRAVO... O PÚBLICO APLAUDE. EMOÇÃO E FERROS DE ARREPIAR NA PRIMEIRA DA MOITA
O toiro nº 156, de 530 kg, e com ferro e divisa de Rio Frio, saíu dos curros e desde logo impressionou pelo seu tipo e pela codícia revelada nas investidas ao capote, a que se seguiram as que emprestou para as sortes de praça a apraça nos segundo e terceiro compridos, com alegria a suavidade. Seguiu assim, disponível, arrancando de largo sempre que solicitado, até final da lide. Merecida a ovação dos aficionados e a chamada do ganadeiro à praça, situação que se repetiria após a lide do quinto, mais enraçado e agressivo nas suas investidas e também ele um grande toiro.
E se prestamos honras aos toiros, nomeadamente a estes dois, justiça seja também feita aos três cavaleiros que actuaram nesta corrida e souberam manter elevado nível de competição e emoções a transbordar durante as 2h45 do espectáculo nesta tarde/noite de excelente temperatura e perante agradável moldura humana.
António Telles lidou bem o seu primeiro, dentro do seu estilo, com boa brega e após deixar três compridos à tira, viu-se com agrado na série de curtos ante um toiro sério. Primeiro e terceiro ferros são de boa nota em sortes bem executadas, terminando com um outro curto em terrenos de dentro aproveitando essa querença do toiro para tábuas. No bravo quarto da ordem foram muitas as passagens em falso, é verdade, mas António assinou dois magníficos compridos, de praça a praça e com primazia na investida ao toiro. E se a brega foi de boa nota, o que dizer dos dois últimos curtos em sortes frontais entrando em terrenos do toiro? De muito valor apesar de que esse toiro permitia ainda muito muito mais.
Rui Fernandes assinou duas grandes lides e é, sem dúvida, triunfador nesta corrida. Não deu facilidades o seu primeiro mas Fernandes meteu-se com ele, pisou terrenos de peso e de compromisso e com batidas ao pitón contrário deixou-lhe 4 ferros de muito boa nota, para rematar com um de palmo. No que foi quinto, e bravo encasto e enraçado, a partir para o toiro em viagens de largo ou mais em curto consoante os terrenos eleitos, a marcar o quiebro, entrando bem nos terrenos do toiro, concretizou cinco ferros que fizeram soar fortes aplausos. Rematou com um par de bandarilhas.
Vítor Ribeiro voltou às arenas e parece muito moralizado. O seu primeiro permtiu o toureio de ataque que Ribeiro sente profundamente e executou muito bem. Cravou dois ferros de arrepiar: o terceiro em que parte para o toiro, provoca a sua investida com uma leve paradinha na viagem, suficiente para marcar um ligeiro quiebro e cravar um ferro de excelente nota que viria a repetir na cravagem do quinto da ordem. Momentos de grande emoção e para recordar. No que encerrou praça não conseguiu manter o nível pois o toiro não transmitia e não se meteu tanto na lide. Ainda assim, Vítor Ribeiro bregou bem e deixou ferros de boa nota.
Boa nota também para os três Gruupos de Forcados em competição nesta primeira corrida: Moita, Montijo e ABV Alcochete. Pelos Amadores da Moita foram caras Fernando Grilo muito bem à primeira e Pedro Raposo à segunda; pelos Amadores do Montijo, Cláudio Bernardino só consumou à terceira e a sesgo e Élio Lopes executou uma duríssima pega de caras à primeira: e pelos do ABV Alcochte Marcelo Lóia com muita decisão à primeira e Diogo Amaro numa duríssima cara à segunda tentativa, conretizaram as seis pegas da noite.
Os toiros de Rio Frio, bem apresentados e com 4 anos de idade, tiveram no quarto e quinto da ordem os mais destacados dos seis que, com matizes diversos, muito tinham que tourear.
Direcção de Manuel Gama, com pouco critério e sensibilidade na concessão de música, assessorado pelo veterinário João Nobre.