Caro Director,
Não era este o texto que queria escrever para o primeiro número de 2013 do nosso jornal, de que sou colaborador desde a sua fundação, mas o último «Bilhete Postal» de Joaquim Tapada assim me obriga.
Quando recebi o pdf da última edição e 2012 do nosso jornal fiquei surpreso por ver no título do Bilhete Postal de Joaquim Tapada o título «Caro António Lúcio». Da mesma forma passei de surpreso a estupefacto com o conteúdo com que me brindou o nosso distinto colega. Não responderia, porque esse não é o meu hábito, e tão-pouco pretendo alimentar polémicas desnecessárias, mas como me ensinaram meus avós e meus pais, «quem não sente…».
Pensei, de início, que se iria referir ao meu anterior artigo publicado no jornal e que iria acrescentar algo de positivo à discussão sempre actual e presente sobre as prioridades e os destaques da informação taurina, sobre os diversos meios utilizados – rádio, televisão, internet, jornais e revistas – e sobre os conhecimentos (ou ausência deles) de muita gente que escreve e fala sobre o tema. Mas enganei-me redondamente.
Joaquim Tapada “agarrou” parte da frase que tive o “azar” de escrever sobre o seu Correio da manhã. E esqueceu-se do resto da frase e de que também eu escrevi no Correio da Manhã e sei bem as limitações e condicionantes impostas ao tema tauromáquico. O parágrafo que deu origem ao seu comentário é este: “Os jornais nacionais pouco falam da tauromaquia e o “Correio da Manhã” apesar da escassa relevância que dá à Festa, pois não assume uma página semanal que seja, é o que maior destaque dá à tauromaquia. Tem dois cronistas e um colunista.”
Está escrita neste parágrafo alguma mentira? Acaso o caro Joaquim Tapada não leu a parte em que diz “é o que maior destaque dá à tauromaquia”? Meu caro, se isto é menorizar um grande jornal, então o que dizer dos mini linguados que publica da sua autoria e do João Aranha, muitas das vezes sem colocar todos os nomes dos artistas intervenientes, cortando e tirando sentido às frases, não deixando espaço para o vosso trabalho tenha a dignidade que merece?
A verdade está escrita nas páginas do jornal. Poucas são as crónicas de toiros assinadas pelo Joaquim Tapada e pelo João Aranha que têm direito a uma ou mesmo meia página, com boa foto, e sem que o texto seja alvo de algum corte. É indesmentível. Mas também não deixa de ser verdade que, como diz o ditado popular, «vale mais pouco que nada» e aí até temos de estar agradecidos ao Correio da Manhã, de que ainda não deixei de ser leitor, por manter dois cronistas no activo e dar-lhes algum espaço para escrever de toiros e ao Maurício do Vale por ter o seu espaço de opinião tauromáquica, uma vez por semana, maior ou menor conforme o interesse do jornal ou a inspiração do escriba.
Ao vir a terreiro da forma como o fez, meu caro Joaquim Tapada, tentou passar-me um atestado de incompetência sem ter decifrado o sentido do parágrafo que escrevi e levando-o para o campo do ataque ao jornal Correio da Manhã que provavelmente lhe deve ter passado procuração para o defender. O meu escrito era um simples apontamento de reflexão e o meu caro amigo não o soube entender e em vez de aduzir algo de positivo tomou-o como uma coisa pessoal que me obriga a vir a este espaço. O que não queria mas que é importante para repor a verdade dos factos.
Espero que fique suficientemente esclarecido e receba um abraço de amizade e de respeito.