Gostaria de estar optimista neste final de 2012 e face a 2013. Mas não consigo. Preocupa-me o flagelo social que se está a abater sobre o País, vítima de políticas criminosas de delapidação do Património Público nos últimos 30 anos; preocupa-me saber que a nossa classe política não presta e está subjugada, esmagada, pelos interesses de uns quantos grupos económicos e financeiros. Preocupa-me não saber quantos portugueses mais irão passar fome e outras necessidades em 2013, muitos deles já velhotes e muitos, também, ainda crianças e jovens.
Preocupa-me tudo isto muito mais do que aquilo que poderá ser a temporada tauromáquica de 2013, acreditem. Em Espanha e França anunciam-se, para muitas feiras, a redução do número de espectáculos, o menor número de postos nos cartéis, quiçá a ausência de tantas corridas televisionadas como sucedeu nos últimos anos com o Canal+.
Por cá, anunciaram-se algumas exclusivas em que dois toureiros irão tourear menos corridas (será bom que sejam em praças e cartéis de primeira categoria); algumas praças, como a “Palha Blanco” em Vila Franca, irão a concurso (será que não se justificava que as proprietárias das praças as mantivessem nas mãos dos empresários que bem as conduziram nos últimos tempos?) e alguns empresários ou candidatos a tal irão oferecer balúrdios pelos respectivos alugueres. Anunciou-se, e saúda-se, a manutenção do Encontro Internacional de Escolas Taurinas no Campo Pequeno mas ainda nada se disse quanto à continuidade do Ciclo de Novilhadas iniciado este ano. Programação nas praças mais importantes? Nada se disse ainda.
Neste ano muitos dos jovens toureiros apontaram, dispararam e consolidaram o seu nome como apostas credíveis para as próximas épocas e a pergunta que deixo é esta: irão as empresas voltar a apostar neles? Irão as empresas mais fortes diminuir o número de espectáculos nas suas praças? Se sim como é que se irão manter tantos cavaleiros e tantos grupos de forcados em actividade? E as ganadarias, cujos custos de produção são elevados, irão aguentar mais um ano de baixos preços e com toiros a ficar em casa?
Pois é, muitas são as dúvidas que pululam na minha mente e que espero se dissipem no início de mais um ano taurino a iniciar em Mourão e no Campo Pequeno.
Desejo a todos um ano de 2013 de muitos e bons êxitos.
A Sociedade Campo Pequeno, SA, a Tertúlia “O Piriquita” de Arruda dos Vinhos e a “Fundação José Alberto Faria”, vão organizar conjuntamente, em Fevereiro de 2013 e à semelhança dos últimos anos, o “VI Encontro Internacional de Escolas Taurinas”.
Tal como nos anos anteriores, o encontro decorrerá em Arruda dos Vinhos e Lisboa (Campo Pequeno), terá sessões teóricas e aulas práticas, contando a organização com a presença de uma ou duas primeiras figuras mundiais do toureio.
Após a quadra natalícia será divulgado o calendário completo do “VI Encontro Internacional de Escolas Taurinas”.
Na eleição dos Triunfadores FORCADO AMADOR 2012, foi pedido aos cabos dos grupo de forcados que fossem eles a eleger os que mais se destacaram em cada categoria.
Votaram 34 cabos de Grupos de Forcados Amadores, nomeadamente de Évora, Pinhal Novo, Caldas da Rainha, Monforte, Monsaraz, Montemor, Beja, São Manços, Lisboa, Moita, Vila Franca, AP BV Alcochete, T T Terceirense, Arronches, Salvaterra, Ribatejo, Cascais, Alter do Chão, Aposento Chamusca, Moura, Azambuja, Póvoa S. Miguel, Académicos Elvas, Portalegre, Coimbra, Ramo Grande, Alcochete, Santarém, T T Montijo, Redondo, Aposento do Alandroal, Chamusca, Aposento da Moita e Coruche, com a ressalva de que não se podia votar em elementos do próprio grupo, se assim acontecesse o voto seria considerado nulo.
Apresentamos de seguida os TRIUNFADORES em cada categoria:
MELHOR GRUPO - GFA VILA FRANCA DE XIRA
GRUPO REVELAÇÃO - GFA PORTALEGRE
FORCADO DO ANO - NUNO CARVALHO "MATA" - GFA AP. MOITA
MELHOR FORCADO DA CARA - JOÃO BRITO - GFA SANTARÉM
MELHOR AJUDA - NELSON RAMALHO - GFA SANTARÉM
MELHOR RABEJADOR - CARLOS SILVA - GFA VILA FRANCA DE XIRA
O amigo leitor tem nas suas mãos a nossa última edição deste ano. Pensámos que uma maneira diferente de revisitar a temporada de 2012, seria a de pedir aos nossos dedicados colaboradores uma reflexão sobre o ano taurino que passou, sem que isso significasse uma unicidade de pensamento, porque entendemos que a observação do que se passa na arena, é um acto puramente individual.
Com efeito, quem vai às praças, vê os espectáculos em comunidade, porventura partilhando um gosto comum, mas a valorização do que ali se passa, depende em muito daquilo que cada um espera dos seus actores, mas também da sua sensibilidade e das reacções emocionais que provoca em cada um.
Por outras palavras. O que é muito bom para mim, pode não o ser para o meu companheiro de bancada, sem que isso signifique que um de nós está errado. Em tauromaquia não há verdades imutáveis, senão aquelas que resultam da observação das regras básicas de qualquer modalidade de toureio. Tudo o mais são apreciações subjectivas, que são ditadas pela interpretação de cada espectador.
Os que vêm as corridas por detrás das objetivas das suas máquinas, também têm aqui a sua interpretação da temporada. Pedimos que selecionassem “os bonecos” que lhe deram mais satisfação fazer, independentemente do motivo que fotografaram.
O resultado é surpreendente, porque mostra que este espectáculo será tudo menos repetitivo, pois não há dois movimentos iguais, nem dois instantâneos gémeos.
Temos assim nestas páginas diversas leituras, diferentes pontos de abordagem, imensas perspetivas, todas assentes em critérios de liberdade individual, livres do espartilho da unanimidade e do consenso.
No ano que está aí a chegar, publicaremos a nossa edição número 300. Sinal de maturidade de um projecto que começou com muitas ilusões e incertezas, mas que hoje está consolidado, pela dedicação dos nossos fieis colaboradores, pela atenção que lhe dedicam os leitores e pela indispensável ajuda que os nossos parceiros anunciantes nos dão e sem a qual não teria sido possível chegar até aqui.
Somos hoje, orgulhosamente, o único semanário taurino impresso em papel, ombreando com as duas revistas mensais, num tempo em que também a velocidade da informação passou para o domínio da internet, onde os blogues e os sites têm o seu espaço e o seu lugar, dando as notícias ao ritmo em que elas se produzem.
Há lugar para todos, pois é na diversidade e nos diferentes estilos, que o consumidor faz as suas opções. Apenas se lhes pede que a deontologia do jornalismo – como bandeira da liberdade de informar – não seja atropelada por razões ou interesses de terceiros, em detrimento da verdade.
Até quando nos quiserem estaremos aqui. Pelo gosto que todos temos em contribuir para o desenvolvimento da festa de que gostamos. Voluntários mas responsáveis, porque a tauromaquia é festa, mas é também e o sustento de muitas famílias.
Um Santo Natal para todos e um ano de 2013 que, apesar de tudo, nos permita dobrar os cabos das tormentas que nos colocaram no caminho.
De João Pedro Bolota recebemos a seguinte nota dando conta do apoderamento de Miguel Moura:
"Ex.os Senhores
Venho por este meio comunicar que sou Apoderado do Cavaleiro Praticante Miguel Moura. É mais um desafio que tenho pela frente sabendo de antemão das qualidades e das enormes potencialidades que tem este jovem e do muito que irá dar à Tauromaquia Mundial.
Sendo Apoderado, terei como meu representante, o meu amigo Abel Correia, que me substituirá na eventualidade de eu não poder estar presente.
É sempre um lugar comum chegar a esta altura do ano e estarmos, mutuamente, a desejar-nos Bom Natal, Bom Ano Novo, etc etc etc... Mas como sempre damos primazia aos amigos e àqueles que estão nos nossos corações durante o resto do ano, fazendo juz ao poema onde se diz que «Natal é quando um Homem quiser», este é o momento que escolhi para desejar a todos quantos tornam possível a nossa aventura jornalistica durante anos a fio, um Santo e Feliz Natal.
E mais que pedir êxitos para todos, que são essenciais e não esquecemos, peço que haja saúde e trabalho emuito amor nas vidas de todos quantos partilham momentos comigo.