Director: Ricardo Pereira - Veterinário: João Nobre - Lotação: 2/3
Cartel: Marco José, Sónia Matias, Filipe Gonçalves, Manuel Telles Bastos, Marcos Bastinhas, Ana Rita
Forcados:Amadores de Alcochete e Caldas da Rainha
Ganadaria: Luis Rocha
O cavaleiro algarvio Filipe Gonçalves teve sorte no sorteio e não deixou de a aproveitar plenamente, pois se lhe saíu o toiro bravo, nobre e codicioso que faz as delícias de artistas e de especadores, soube entender as distancias para correctamente abordar a brega e as sortes, com alguns ferros curtos de muito boa nota, rematando uma lide intensa e cheia de mérito com dois excelentes pares de bandarilhas que fizeram o público levantar-se das bancadas. Uma grande lide naquela que será, seguramente, a sua melhor temporada de cavaleiro de alternativa.
Marco José assinou mais uma grande actuação e desta vez frente a um toiro que saíu distraído, manseando, sem se empregar. O cavaleiro caldense foi tentando corrigir a tendência do toiro para se adiantar á montada e a fase final da lide foi de boa nota, rematando a sua actuação com um ferro de violino e outro de palmo.
Sónia Matias também não teve tarefa facilitada frente ao segundo da noite. Contudo, com a sua garra toureira, encastou-se e cravou-lhe 4 ferros, de mérito, o último dos quais de palmo, numa actuação interessante.
Manuel Telles Bastos assinou uma lide para recordar durante muito tempo. A sua postura, a abordagem das sortes frontais, a cravagem da ferragem dentro de um puro estilo clássico ficaram na nossa retina em seis ferros curtos que foram fortemente aplaudidos e deixaram bom sabor de boca, como se diz na gíria.
Marcos Bastinhas desenvolveu uma lide de menos a mais, apesar do muito bom primeiro comprido. O toiro não era fácil mas Marcos esteve em crescendo com um terceiro curto de excelência pela forma como entrou nos proibitivos terrenos do toiro e depois rematando a sua lide com dois bons pares de bandarilhas, também a levantar o público nas bancadas.
Ana Rita teve uma lide atribulada com uma queda, felizemnte sem consequências já na fase final. Com um toiro que cedo se começou a adiantar as montadas, apenas o destemor desta jovem lhe permitiu cravar alguns dos ferros. Rematou com 3 violinos, os dois últimos de palmo.
Os dois Grupos de Forcados Amadores em praça, Alcochete e Caldas da Rainha, resolveram sem problemas de maior a papeleta e todos os toiros foram pegados de caras. Assim, pelos Amadores de Alcochete foram à cara dos toiros Pedro Viegas, numa rija intervenção à 2ª; Fernando Quintela e Diogo Timóteo, ambos bem e ao primeiro intento. Quanto aos Amadores de Caldas da Rainha, Mário Cardeira houve-se com uma boa pega à 4ª tentativa, seguido por António Cunha à 2ª com determinação pois esteve várias vezes fora da cara mas conseguiu aguentar-se e o grupo compô-lo na cara, e Francisco Mascarenhas encerrou com uma rija pega à primeira.
Os toiros de Luis da Rocha foram mansos no geral, com alguns problemas, excepção feita ao bravo, nobre e codicioso terceiro da ordem.
Direcção acertada de Ricardo Pereira assessorado pelo veterinário João Nobre.
Uma corrida à portuguesa e um espectáculo de variedades taurinas compõem a parte tauromáquica das Festas e Feira de Verão de Sobral de Monte Agraço, a terem lugar amanhã e segunda pelas 17h na nossa praça de toiros. Regressa o espectáculo de oportunidade aos jovens toureiros, uma realidade que há 20 anos dera lugar a mais uma corrida de toiros, e que reflectia o pouco investimento feito a pensar no futuro da Festa Brava. E o Sobral sempre teve essa vertente de promoção de jovens toureiros.
Desde a minha infancia que me habituei a ver em Sobral aqueles que mais tarde se tornariam figuras e influenciaram a minha visão do toureio nas suas diversas vertentes. E se na terça-feira das Festas havia sempre um espectáculo misto de oportunidade aos jovens, não menos importante na formação da nossa consciencia de aficionados era o facto de, á segunda-feira, a corrida ser, regra geral mista. Ou seja, com cavaleiros e matadores, para além dos sempre presentes forcados. Essa tradição perdeu-se com o apogeu dos cavaleiros e sem que surgissem novilheiros que tivessem impacto junto do público.
De facto, após a morte de José Falcão e até ao apogeu internacional de Vitor Mendes, sobreviveram as figuras das décadas de 60/70, vistas e revistas e sem que despontasse outro toureiro capaz de rivalizar com Mendes. Ao Sobral continuaram a vir José Júlio, Mário Coelho, Armando Soares, António de Portugal e Ricardo Chibanga. Este despertava a curiosidade entre os mais jovens, não apenas pela cor da sua pele e pela expressividade do seu olhar, mas acima de tudo pela sua exuberância na forma de tourear. No toureio a pé, viveram-se, em Sobral de Monte Agraço, grandes momentos. E apenas o trabalho da Tertúlia Tauromáquica Sobralense permitiu o ressurgimento do toureio a pé com categoria, com matadores de primeiro plano e jovens aspirantes de mérito, alguns dos quais já neste momento a fazerem carreira como matadores de toiros.
Os espectáculos de variedades taurinas que tinham lugar nas tardes de terça-feira das Festas, sempre foram mistos e, em algumas situações, com uma vertente cómico-taurina que muita gente levou à nossa praça de toiros. Tradições que se perderam nos últimos 20 anos...
Mas neste ano de 2012 regressa a oportunidade aos jovns toureitos, iniciativa que esperamos seja para manter e potenciar.
As primeiras págias do Correio da Manhã e Diário de Notícias de hoje, segunda-feira 3 de setembro, fazem eco da terrível situação que vive Nuno Carvalho, jovem forcado dos Amadores do Aposento da Moita, que corre o risco de ficar tetraplégico em consequência da colhida da passada quinta-feira em Lisboa. Uma colhida que, aparentemente, nem sequer era de violência enorme mas que que acabou por fazer estragos e de que maneira no jovem forcado. As manifestações de pesar são muitas mas a verdade é que para o Nuno e a sua família o calvário ainda nem sequer começou.
Falo com propriedade e com conheciemnto, dada a minha condição de deficiente motor com 84% de incapacidade mas que, felizmente, se consegue movimentar e afzer uma vida aparentemente normal. Estas mazelas deixam sequelas profundas, principalmente as psicológicas. Mas um jovem ficar paraplégico é ainda muito mais grave sob todos os aspectos. Não há seguros nem segurança social que lhe proporcione recuperar aquilo que perdeu. E aquilo que vai ter de lutar para seguir adiante, para sobreviver primeiro, viver depois e triunfar sempre em cada pequeno gesto que possa conseguir fazer e que será, sempre, uma vitória.
Agora todos estão presentes neste momento de infelicidade, de infortúnio. Todos se procuram apoiar psicologicamente, ao Nuno e à sua família. Esta actividade de ser forcado, todos os sabemos, é uma actividade de altíssimo risco. E onde os acidentes acontecem. Felizmente que, em 99,9% dos casos, de pequena gravidade. As lesões vertebro-medulares, infelizmente, têm uma taxa de recuperação tão reduzida que, por mais ínfima que seja a recuperação é uma vitória estrondosa. Mas será sempre um autêntico MILAGRE. E só um milagre poderá devolver a esperança ao Nuno Carvalho.
É importante que as gentes da Festa Brava, e em especial os forcados unidos na sua ANGF, promovam rapidamente acções com vista à angariação de fundos que lhe permitam encarar a recuperação e a sua vida com alguma qualidade. E que não se esqueçam que a nova vida do Nuno Carvalho começará após a sua saída do Hospital. E aí, muitos mais serão necessários para passar da palavra aos actos e para que o espírito de corpo e grupo não se fique pela praça de toiros e pelo dia da corrida.
A tradicional Feira Taurina de Outubro em Vila Franca de Xira começa a ganhar forma, num certame em que a empresa Tauroleve deposita grandes expetativas, e no qual cada espetáculo a celebrar será um acontecimento único na temporada taurina portuguesa.
Num momento em que se ultimam os cartéis, a Tauroleve volta uma vez mais a marcar posição nas ganadarias a lidar na Feira de Vila Franca, e este ano a Palha Blanco irá ser o cenário para receber três das mais prestigiadas ganadarias portuguesas.
As ganadarias de Palha, Murteira Grave e Manuel Assunção Coimbra foram as escolhidas para o certame deste ano, e nas quais estão selecionados toiros com idade, peso e trapío, tal como Vila Franca e a Palha Blanco merecem!
Vila e Freguesia do concelho da Murtosa, Torreira, situa-se no cordão litoral que separa a Ria de Aveiro, do mar. Praia marítima de muitos quilómetros de extenso areal, oferece encanto especial para quem prefere as águas tranquilas da Ria, em passeio ribeirinho. A Corrida de Toiros que neste dia 2 de Setembro, na praça instalada nos terrenos do campo de futebol, teve lugar, mostrou, três anos depois, que a afición do passado, continua bem, está viva, esteve presente, e recomenda-se. Não foi lotação esgotada, mas só por cerca de seis dezenas de lugares por vender, a casa cheia não deu lugar a lotação esgotada. Mas, se não esgotou a lotação, começa a ser tempo de dar por esgotada a paciência de quem vai aos toiros, quem gosta de touradas, ter de suportar, aqueles infelizes que se auto intitulam de ‘amigos dos animais’. Ou melhor, Anti-taurinos!
Se, em nome da diversidade, da liberdade, a esse tipo de gente, se reconhece o direito de protestar, de manifestar o seu desacordo, também em nome dessa mesma liberdade, dessa mesma diversidade, do direito à diferença, por sinal, manifestamente maioritária, e ordeira, vai sendo tempo de se exigir, às autoridades policiais, a bem ou a mal, que ponha cobro aos insultos e ataques, dessa minoria. Na Torreira, o número de manifestantes não ultrapassava as cerca de duas dezenas, que sem qualquer protecção policial, puderam dar largas ao seu fervor Anti-touradas. Foram respeitados, apesar de insultarem, e até tentarem intimidar algumas pessoas que se abeiravam da Praça, nomeadamente um casal que, com duas crianças de tenra idade, perto deles atalhou caminho. Não satisfeitos por ser consentida a sua presença insultuosa e intimidatória, aproveitando uma distracção dos tratadores dos cavalos de Joaquim Bastinhas, riscaram, de forma profunda e criminosa, a carrinha onde se fazia deslocar. E se o carro de Joaquim Bastinhas foi marcado com riscos profundos, a carrinha de propaganda, foi pintada. Como esta gente não sabe viver em liberdade, e o conceito que têm de respeito pela opinião, é de que só a deles é aceitável, o mínimo que se pode oferecer no relacionamento futuro, é o de, dente por dente. A bem do respeito e convivência em liberdade.
Mas esta tarde de toiros na Torreira - Praia, foi uma tarde de toiros muito, mesmo muito agradável. Pelo número de aficionados, e pela entrega e participação na festa que puseram. Viveram e conviveram, animando e aplaudindo. E também pelo intervenientes. Se os forcados, dos dois Grupos, tiveram altos e baixos, na lide a cavalo, Joaquim Bastinhas, A.M.Brito Paes e Marcelo Mendes, deram a lide possível aos seis exemplares da Herdade de Camarate que lhes couberam em sorte, e cumpriram.
Joaquim Bastinhas, melhor no 1º. que no 4º., é um caso sério de entrega e ligação com o público. Veio para cumprir, e cumpriu. A. M. Brito Paes, teve na lide do 2º. da ordem, onde os dois compridos a aguentar, mostrou que entendeu o oponente, imprimindo um ritmo na faena, com os curtos bem bregados, preparados e colocados, rematando a lide com sortes, onde meteu um violino e um de palmo, a sesgo, de nota mais. A lide do 5º., não deu registo que vá além do usual cumprimento. Marcelo Mendes, veio à Torreira com ganas de deixar marca. E marcou na lide do 3º., melhor e mais conseguida que na do 6º., um novilho que acabou derreado. A faena ao 3º., muito ao seu jeito de parar, mandar e cravar, redonda, agradou e convenceu. Mérito para o cavaleiro, honra para duas das suas montadas.
Nas pegas, pelo Grupo dos Amadores de Cascais, Joel Zambujeira, o cabo, resolveu à 1ª. a pega do 1º.. Bruno Coutinho, pegou à 2ª., por não aguentar na 1ª. à córnea, o ímpeto do 3º. da tarde. Hugo Bilro foi duas vezes à cara do 5º. Que só à 5ª., a sesgo e com ajudas a carregar, deixou que Luís Amador, na dobra, resolvesse a papeleta. Pelo Grupo dos Amadores de Coimbra, Diogo Pereira, à 1ª., recuando bem, fez a melhor pega da tarde ao 2º. de lide. O 4º. foi pegado à 1ª. sem problemas, por Nuno Afonso, assim como o 6º., também à 1ª., por Rogério Vieira.
Dirigiu a corrida, sem problemas e com acerto, o senhor Nuno Nery.
O jovem cavaleiro mostrou, uma vez mais, que «filho de peixe sabe nadar» e que tem intuição suficiente para singrar nesta dificil arte. Mostrou-se desembaraçado e a procurar entrar à tira para deixar os compridos, sacando o novilho de tábuas para a ferragem curta, onde teve de se aplicar a fundo pois o exemplar de Charrua não lhe deu facilidades.
Com os curtos esteve em bom plano, cravando tres ferros com os quarteios bem marcados e rematando com um de violino e outro por dentro, com mérito e com o novilho a apertar.
Pegou este novilho, pelos Amadores de Vila Franca, o forcado David Moreira numa boa cara á primeira tentativa.
A direcção esteve a cargo da dupla Lourenço Lúzio/Jorge Moreira da Silva.
O anunciado mano-a-mano entre Luis Rouxinol e Marcelo Mendes, na simpática e acolhedora localidade de Santo Isidoro, concelho de Mafra, saldou-se por mais um triunfo do cavaleiro de Pegões e por uma boa entrada de público. Pena foi que os novilhos de Charrua, pequenotes, não tivessem motor suficiente para carregar mais nas sortes e proporcionar mais espectáculo. Destacou-se o bravote 3º da ordem, o que motivou a chamada do representante da ganadaria à arena.
Luis Rouxinol assinou uma grande lide frente ao bravote terceiro da ordem. Foi uma lide muito bem medida, com boa brega, belíssimos remates das sortes e ferragem cravada no seu sítio, algo que vai rareando, em sortes frontais emotivas, entrando nos terrenos do toiro. Rematou a sua actução com um bom par de bandarilhas com o novilho colocado nos médios e foi, justamente, o vencedor do troféu para a melhor lide. No seu primeiro cumpriu a papeleta, com destaque para dois bons compridos.
Marcelo Mendes não se entendeu com segundo da tarde, que se adiantava às montadas e que era preciso contrariar nessas tendências e nas querenças. Foi uma lide sem chama e onde houve toques a mais. Mas no que encerrou praça já o vims em melhor plano, lidando bem, com brega de proximidade e bons remates das sortes, para terminar a sua actuação com um de palmo de ba nota e um par de bandarilhas.
Os Forcados de Vila Franca e do Ribatejo aproveitaram para rodar forcados menos experientes ou menos habituais como forcados de cara. Pelos de Vila Franca Pedro Loureio não esteve feliz nas duas primeiras tentativas e só à terceira consumou enquanto que o habitual rabejador do grupo, Carlos Silva, consumou sem dificuldade à primeira, vencendo o troféu em disputa para a melhor pega. Pelos Amadores do Ribatejo, Gonçalo Semeador também só consumou à terceira e Carlos Guerreiro à primeira, frente a um novilho que se contrava fisicamente diminuido.
Boa direcção de corrida de Lourenço Lúzio, assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva. O júri foi constituido por Amândio Quinto, Manuel Jacinto e António Lúcio.
Na próxima segunda-feira, dia 3, pelas 21h, estará no ar mais uma emissão do «Barreira de Sombra», o progama de tauromaquia da Oásis FM.
O Destaque da semana vai para a entrevista com Rui Bento Vasques, conduzida pela jornalista Edite Lourenço, sobre as corridas das Festas e Feira de Verão de Sobral de Monte Agraço (9 e 10 de Setembro).
Na literatura taurina abordamos o livro de Mascarenhas Barreto intitulado "Touros em Portugal" e divulgamos as próximas corridas de toiros com destaque para a Feira da Moita do Ribatejo ( de 11 a 16).