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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

UM ANO QUASE A TERMINAR…. MUITO AINDA POR FAZER PELA FESTA BRAVA

14.12.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

 

O ano de 2011 está quase no fim. Faltam 17 dias para que as pessoas se juntem na celebração do final de ano e venham a dar as boas-vindas ao ano de 2012. É um repetir de momentos e, em minha opinião, não deixa de ser igual a tantos outros. Quero com isto dizer que a celebração do final de um ciclo deveria ser o ponto de partida para um novo ciclo, de renovadas esperanças, de concretização de sonhos, de uma vida nova, mais estável e mais saudável em todos os campos e a que a Festa Brava não é alheia.

 

Findaram os ciclos de vida para um conjunto importante de pessoas da Festa Brava, que nos deixaram por terem falecido. E esse é um facto natural e que não se reveste de uma transcendência especial senão a do facto da sua ausência física nos fazer sentir mais pobres. Mas a verdade é que se soubermos aproveitar as suas lições de vida…

 

E por causa das lições de vida que muitas vezes, ao ler textos dos sites e dos blogues, me questiono do porquê de se dar tanta importância a quem a não tem, aos que buscam um protagonismo bacoco e nem sequer português sabem escrever, quando mais escrever e falar de toiros… Há quase 25 anos atrás, quando me iniciei nestas lides, não foram os críticos instalados que nos abriram as portas e os primeiros a perceberem a nossa relativa importância foram alguns empresários. E ninguém andava em «bicos de pé» a tentar aparecer aqui e ali… E somos agradecidos aos que nos ensinaram e acompanharam nesse percurso, não nos esquecendo dos seus nomes e dos seus exemplos. Ao contrário de outros a quem abrimos as portas e depois…

 

Hoje em dia não há melhor informação sobre a tauromaquia em todas as suas vertentes e há, sem dúvida, muitos mais “atrevidos” a tentar dar nas vistas. Mas esses, tal como muitos pára-quedistas candidatos a empresários, candidatos a toureiros, etc, não duram muito tempo. Já vi mais de uma centena destes candidatos aparecerem e desaparecem… Na época em que comecei havia um conjunto de críticos tauromáquicos de referência, muito por força da qualidade dos seus escritos, é verdade, mas também porque os jornais de então davam espaço a sério à festa brava e a “Sol e Toiros” era aguardado com inusitada atenção pelos aficionados e pelos profissionais, tal como o eram as corridas de toiros transmitidas pela RTP.

 

O ciclo das máquinas de escrever terminou com o aparecimento dos computadores; mais tarde, a informação on-line quase na hora com as primeiras versões da internet e ainda sem máquinas digitais que permitissem a foto no momento. Hoje, tudo está à distância de um clique e, mais ainda, mal o espectáculo termina já lá está a apreciação às actuações dos artistas. A quente, muitas vezes sem tempo para pensar exactamente naquilo que se viu e amadurecer as ideias sobre as quais se vai escrever ou sem tempo para escolher o «tal momento» da fotografia.

O ano está quase a terminar. Houve finalmente um conjunto de acções em prol da Festa Brava e da sua defesa, efectivados pela Protoiro, pela empresa do Campo Pequeno e pelos toureiros que foram à Assembleia da República, para dar alguns exemplos. E a «Capeia Arraiana do Sabugal» está inscrita como Património Cultural Imaterial segundo os critérios da UNESCO. Quando é que as entidades responsáveis pela Festa Brava em Portugal irão avançar com o pedido de inscrição da Corrida de Toiros à Portuguesa como Património Cultural Imaterial com a figura do Forcado por diante?

 

Muito há a fazer pela Festa Brava, não há dúvidas. Que cada um aporte o seu grão de areia com positividade e sentido construtivo, esquecendo divergências e “guerrinhas estúpidas”, para que 2012 possa ser o início de um verdadeiro novo ciclo de crescimento da nossa Festa Brava.