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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

LIDE E FAENA, DOIS CONCEITOS DISTINTOS?

20.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

 

Estes dois termos são utilizados comummente pela generalidade da crítica em Portugal, confundindo-se  um com o outro, quando na realidade reportam a coisas diferentes. Por isso trazemos hoje mais um trecho da Enciclopédia Tauromáquica Ilustrada, de Jayme Duarte de Almeida, editada em 1963 pela Editorial Estampa.

 

Lide – conjunto de procedimentos realizados pelo toureiro para conseguir o domínio do toiro que enfrenta. || Execução sequente de diversas sortes com que os toureiros preenchem o seu trabalho nos toiros que lhes compete enfrentar e que algumas vezes se completa com a execução da pega. (...)”(fascículo 10)

 

Faena – trabalho realizado pelo toureiro durante a lide; especialmente, o labor do toureiro com a muleta, em cada uma das reses que lhe compete matar. (...)”(fascículo 6)

 

Vejamos, de seguida, como o autor define enciclopedicamente a lide e depois a faena.

 

“A lide de um toiro obedece a determinado desenvolvimento, perfeitamente estabelecido e regulamentado na «corrida» espanhola e um tanto arbitrário na «tourada» portuguesa. Assim e no primeiro caso os procedimentos estabelecem a divisão em tércios claramente definidos, o que não sucede no segundo posto que, na chamada «lide à portuguesa» tudo o que normalmente se faz apenas obedece ao costume, carecendo de força regulamentar. Entre nós, até mesmo a anunciada «lide à espanhola», correspondendo ao espectáculo insipiente da novilhada económica (sem «picadores») peca por pouca claridade no seu desenvolvimento, o que é ainda agravado pela ausência da estocada e pelo perigo muito atenuado, o que estabelece ambiente para certos atropelos que se não verificariam se a lide houvesse de ser levada com verdade.

 

Na estrutura nacional do espectáculo taurino considera-se a lide de um toiro, as várias sortes que o cavaleiro possa realizar, só ou de parceria com outros cavaleiros ao fim das quais o toiro será «pegado» pelo grupo de forcados ou simplesmente por dois deles (pega de «cernelha»); considera-se ainda como lide de um toiro a realizada por bandarilheiros, que ao fim de cravarem uns tantos pares de bandarilhas verão acabar a lide pela maneira indicada para os cavaleiros. Este último caso, porém, muito em voga até ao fim do primeiro quartel deste século, está hoje quase totalmente posto de parte, verificando-se apenas em pouqíssimas praças de província. (...)” (NR – estes textos foram escritos nos anos 60 do século passado)

 

Quanto à faena, propriamente dita, Jayme Duarte de Almeida escreveu:

 

“Encicl.: A faena (2ª acepção) é, a bem dizer, uma das mais belas conquistas do toureio moderno. Na verdade o conceito de faena, como conjunto de passes formando um todo de expressão ligada e artística, só aparece quando já está bem entrada a segunda metade do séc.XIX. Antes não havia faenas, visto que os poucos passes que antecediam a estocada eram dados sem qualquer intenção que não fosse a necessidade de colocar os toiros para a realização da sorte de morte. (...)

... é, justamente, a partir de então (segunda metade do séc.XIX),que a sorte de varas vai perdendo uma importância que, automaticamente, se transfere para o toureio de muleta numa troca que permitiria dar à lide maior sentido artístico e conduzir o toureio à sua expressão actual dentro de uma estrutura em que a faena ocupa a mais importante e séria parte da lide apeada, vulgarmente dita «à espanhola».”

 

in Enciclopédia Tauromáquica Ilustrada, de Jayme Duarte de Almeida, editada em 1963 pela Editorial Estampa, fascículos 6 e 10

MOMENTOS DA TEMPORADA... 1

18.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Tal como no ano anterior, aqui ficam algumas das fotos que fiz e que registam - na minha óptica - momentos que marcaram a minha temporada de 2011.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

INSTITUTO DOS MUSEUS E DA CONSERVAÇÃO, I.P. – ANÚNCIO Nº 16895/2011 – INSCRIÇÃO DA “CAPEIA ARRAIANA” (MUNICÍPIO DO SABUGAL) NO INVENTÁRIO NACIONAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL

18.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Instituto dos Museus e da Conservação, I.P. – Anúncio nº 16895/2011 – Inscrição da “Capeia Arraiana” (Município do Sabugal) no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

Diário da República, 2.ª série — N.º 220 — 16 de Novembro de 2011

 

1 — Nos termos do n.º 2 do Artigo 15.º do Decreto -Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho, faço público que, por deliberação realizada a 4 de Novembro de 2011, exarada na Acta da sua reunião n.º 04/2011, a Comissão para o Património Cultural Imaterial decidiu favoravelmente sobre o pedido de inscrição da “Capeia Arraiana” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, apresentado pela Câmara Municipal do Sabugal.

 

2 — A decisão da Comissão para o Património Cultural Imaterial sobre o pedido de inventariação da “Capeia Arraiana”, manifestação tauromáquica específica das comunidades de onze freguesias do município do Sabugal, singularizada pela lide do touro bravo com o auxílio exclusivo do Forcão, teve por fundamento, no enquadramento dos critérios de apreciação a que se refere o Artigo 10.º do Decreto –Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho:

 

2.1 — A importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade das comunidades do município do Sabugal em que esta tradição se pratica, sendo igualmente factor de relevância a extensão desta prática cultural às seguintes freguesias daquele município: Alfaiates, Aldeia Velha, Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Fóios, Forcalhos, Lageosa, Nave, Quadrazais, Rebolosa e Soito;

 

2.2 — A importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial pela sua profundidade histórica e ancoragem territorial, que conjugadamente circunscrevem a geografia sociocultural desta tradição;

 

2.3 — A produção e reprodução efectivas que caracterizam esta manifestação do património cultural na actualidade, devendo ser salientado o papel de mobilização social e de reforço identitário que esta prática cultural desempenha no interior da respectiva comunidade;

 

2.4 — A efectiva transmissão intergeracional desta manifestação do património cultural imaterial em onze freguesias do Sabugal, devendo ser salientado que a transmissão da prática abrange todos os elementos de cada comunidade considerada no sentido mais lato, abrangendo não apenas os residentes mas todos os que partilham laços de parentesco e que participam voluntariamente na realização da respectiva “Capeia”, desempenhando um papel de extrema importância na preservação da prática;

 

2.5 — As medidas preconizadas pela Câmara Municipal do Sabugal para salvaguarda e valorização desta manifestação do património cultural imaterial, designadamente as de âmbito cultural, patrimonial e científico, que aprofundem e, ou, iniciem novos planos de leitura sobre esta tradição, designadamente considerando -a na relação com a diversidade das práticas tauromáquicas.

 

3 — A decisão da Comissão para o Património Cultural Imaterial sobre o pedido de inventariação da “Capeia Arraiana”, teve ainda por fundamento:

 

3.1 — A conformidade do pedido de inventariação da “Capeia Arraiana” com os requisitos definidos conjuntamente pelo Decreto –Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho, e pela Portaria n.º 196/2010, de 9 de Abril;

 

3.2 — O parecer positivo sobre a inventariação da “Capeia Arraiana” apresentado pela Direcção Regional de Cultura do Centro em sede da fase de consulta directa sobre o procedimento de inventariação, a que se refere o n.º 1 do Artigo 13.º do Decreto -Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho;

 

3.3 — A não apresentação de observações contrárias à inventariação da “Capeia Arraiana” em sede da fase de consulta pública sobre o procedimento de inventariação, a que se refere o Artigo 14.º do Decreto –Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho;

 

3.4 — O facto de que o pedido de inventariação resultou da iniciativa das comunidades, grupos e indivíduos que asseguram a prática e a transmissão “Capeia Arraiana”, tendo em vista a valorização desta manifestação do património cultural imaterial à escala nacional;

 

4 — A Comissão regista ainda o facto de a “Capeia Arraiana”, enquanto prática cultural histórica e territorialmente inscrita nas comunidades do município do Sabugal, e a respectiva lide do touro com recurso ao forcão, não revelar intencionalidade de infligir ferimentos ao animal pelos praticantes da tradição.

 

5 — Em resultado da conclusão do procedimento de inventariação da “Capeia Arraiana” e da respectiva decisão da Comissão para o Património Cultural Imaterial, a Ficha de Inventário da “Capeia Arraiana” é disponibilizada publicamente na página electrónica de acesso ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (endereço web:

www.matrizpci.imc -ip.pt), de acordo com o Artigo 16.º do Decreto –Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho.

 

6 — Conforme previsto no Artigo 18.º do Decreto -Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho, a inventariação da “Capeia Arraiana” é objecto de revisão ordinária em períodos de 10 anos, sem prejuízo de revisão em período inferior sempre que sejam conhecidas alterações relevantes, sendo que qualquer interessado pode suscitar, a todo o tempo, a revisão ou a actualização do respectivo inventário.

 

4 de Novembro de 2011. — O Presidente da Comissão para o Património Cultural Imaterial, João Brigola.

205335287

 

Nota: veja as fotos da capeia de Agosto em Aldeia da Ponte disponíveis no seguinte link http://fotos.aldeiadaponte.com/#page=albums/photo=1104/album=20

TOUREIROS EM MASSA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA APÓS REUNIÃO NO CAMPO PEQUENO

18.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

As principais figuras do toureio de Portugal e representantes das principais empresas taurinas assistiram quinta-feira à noite, na Assembleia da República ao anuncio da publicação, em Dezembro, do Regulamento do Espectáculo Tauromáquico, feito pelo Secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas.

 

O novo Regulamento do Espectáculo Tauromáquico vigorará já na temporada de 2011.

 

Cavaleiros como José Maldonado Cortes, João Moura, Joaquim Bastinhas, João Ribeiro Telles, António Ribeiro Telles ou de jovens como João Moura Júnior, João Telles Júnior, Marcos Bastinhas, Rui Fernandes, Filipe Gonçalves, Sónia Matias, Manuel Telles Bastos, Duarte Pinto, Manuel Lupi, João Moura Caetano e Marcelo Mendes, entre outros, bem como os matadores de toiros Vitor Mendes, José Luis Gonçalves, Luis Vital “Procuna”, Antonio Joao Ferreira, Nuno Casquinha e Rui Bento (actual gerente taurino do Campo Pequeno), os novilheiros Manuel Dias Gomes e Gonçalo Montoya estiveram presentes nesta reunião convocada pela empresa do Campo Pequeno, na qual se discutiram as implicações que a eventual subida da taxa de IVA de 6% para 23% nos espectáculos terá para a tauromaquia em particular.

 

A reunião foi extremamente participada e contou com a presença de perto de uma centena de intervenientes no espectáculo tauromáquico, desde as principais empresas às primeiras figuras do toureio português, passando pelos representantes das estruturas federativas, empresarias e de classe (toureiros e ganaderos).

 

Após a reunião, os participantes deslocaram-se à Assembleia da República onde o Secretário de Estado da Cultura debatia, com a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, o Orçamento de Estado para a Cultura.

 

Sobre a questão do IVA, Francisco José Viegas afirmou, por duas vezes durante o debate, em resposta a perguntas concretas de deputados, que a questão da alteração da taxa de IVA de 6% para 23% “ainda não era uma questão fechada”.

 

A tauromaquia como manifestação artística foi calorosamente defendida nesta sessão pelo deputado João Almeida, do CDS, que recordou que se trata de uma forma de arte “não subsidiada que é preciso preservar em nome da tradição e da cultura” . (veja o vídeo em http://vimeo.com/32294961)

 

Fonte: Paulo Pereira - SRUCP

ANDT CORRIGE ESTATISTICAS 2011

17.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

 

Esta é a informação transmitida pela ANDT e que resulta numa correcção aos dados ontem avançados.

 
"No decorrer da montagem informática dos dados estatisticos elaborados por esta associação, foram por lapso omitidas as actuações do bandarilheiro Duarte Alegrete que toureou em 2011 por 58 vezes e colocado de forma repetida o nome de Nuno Boga na categoria  de bandarilheiro praticante.
 
Nesse sentido, o bandarilheiro Duarte Alegrete deverá surgir em 2º lugar no numero de actuações efectuadas na temporada de 2011 e o bandarilheiro Nuno Boga com 7 actuações enquanto bandarilheiro praticante e 14 enquanto bandarilheiro profissional.

Certos de que compreenderão a falha e na esperança de não prejudicar qualquer análise já efectuada, vimos por este meio apresentar as nossas humildes e sinceras desculpas. 
 
Com os melhores cumprimentos;
 
Hugo Ferro e David Costa"

ESTATISTICAS 2011 SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TOUREIROS (2)

16.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Passamos à categoria de emboladores, seguindo-se a de moços de espadas.

 

Quanto às empresas que organizaram espectáculos, ficaram na frente: Toiros e Tauromaquia, Campo Pequeno e Aplaudir, todos com mais de 25 espectáculos organizados.

 

 

 

 

Existiram várias alternativas e passagens de categoria em 2011, conforme os quadros que se seguem.

MENOS 26 ESPECTÁCULOS QUE EM 2010, SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TOUREIROS

16.11.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra
 

Foram hoje divulgados os números relativos á temporada 2011 segundo a Associação Nacional de Toureiros, um trabalho de referência e mérito, e onde se contabilizam os espectáculos realizados em praças de toiros portuguesas e as actuações dos associados da referida entidade, facto pelo qual alguns nomes não constam dos dados que hoje vos damos a conhecer.

 

E, desde logo, o factor crise fez com que houvesse um decréscimo de 26 espectáculos em relação ao ano anterior, totalizando 278 como se poderá verificar nos quadros que se seguem e que reflectem o trabalho de recolha da ANTP

 

 

De seguida podemos comparar os dados dos três últimos anos, de acordo com as diversas categorias de espectáculos:

Mantendo o estilo habitual de apresentação dos dados, podemos verificar a evolução dos espectáculos desde 1991, primeiro numa grelha numérica e depois num gráfico de barras.

 

 

Quanto aos cavaleiros de alternativa, Luis Rouxinol foi, uma vez mais e com 52 actuações,  o primeiro de uma longa lista, onde se seguem João Moura Caetano e Joaquim Bastinhas ambos com 41 actuações.

 

 

Nos praticantes foi João MAria Branco quem encabeçou a lista de actuações:

 

Complemento das lides à portuguesa, ou seja, a cavalo, os Grupos de Forcados continuam a ser muitos e apenas uns quantos, poucos, conseguem um conjunto interessante de actuações. Alcochete foi o primeiro com 27 actuações, seguido por Montemor com 26 e Aposento da Moita e Cascais com 24, e Vila Franca em 5º lugar com 23 corridas.

 

Matadores, novilheiros e novilheiros praticantes registam poucas actuações ao longo da temporada apesar do público gostar do toureio a pé.

 

Continuando nestes números da temporada segundo a ANTP, temos  a categoria dos bandarilheiros.