CHAUBET – RESPOSTA AO DR. VASCO REIS
Tentei responder diretamente para o site responsável pela sofisticada frase, extinta depois da minha chamada de atenção "TOURADAS SÓ NA CAMA". Todavia, por não ser muito versado nisto da internet, ou por não querer filiar-me como membro do referido site, como é exigido, não consegui. Julgo que esta dificuldade, será uma espécie de censura velada. Só se publica o que seja favorável ou que se possa contestar facilmente. Está bem.Cada um dirige o "barco" como entende. O ex-TOURADAS SÓ NA CAMA não pode é dizer, que não se responde às suas provocações por medo. Tal opinião apenas representa pretensiosa mentira. Aliás pelo já exposto, quem mostra medo é precisamente quem se queixa.
Se o texto que vou escrever não lhe agradar, finge que não o leu. Está resolvido o problema. Mas, não tem importância. De qualquer maneira alguém o há-de ler. Não quero é deixar de dar resposta às observações do dr.Vasco Reis.
Os sites para onde a vou mandar, normalmente, publicam o que escrevo. Espero que desta vez haja a mesma simpatia. e assim o dr. V.R., tenha ocasião de a ler. Porém, antes de entrarmos na habitual troca de pontos de vista sobre a existência ou extinção das touradas, quero apresentar mais uma razão porque considero um erro o seu fim.
Sabe, certamente melhor do que eu, que o toiro é um animal altamente prolífero. Por ano, nas touradas, são milhares que se matam. Se tal não acontecesse, até o equilíbrio ecológico dos locais onde ele vive, estaria ameaçado. A sua proliferação incontrolada, a isso levaria.
Pode dizer que para matar os toiros, bastam os choques elétricos que lhes dão no matadouro, não são necessárias as touradas. Está bem. Mas aí entra outro argumento. Os meus conhecimentos nesta matéria, são mais empíricos que académicos. Julgo porém que o está-los há longos anos, me permite ter a minha própria visão do mundo da Tauromaquia. Das touradas.
Em primeiro lugar, quanto a mim, foi o toiro que impôs ao homem a necessidade das touradas e não o contrário. Veremos.Quando o homem iniciou a formação de ganadarias, a criação de toiros, notou haver exemplares com características morfológicas e fisiológicas distintas do geral. Excelente trapio. Bem musculado e possante. Comportamento mais irrequieto. Combativo, agressivo, com grande resistência à dor.Todo um conjunto de atributos que os fizeram credores da admiração e respeito do homem. Demonstra-o o facto de serem os seus criadores, quem mais perfilha tais sentimentos.
Todavia começou-se a ver que estes animais, ao conviverem com outros da sua espécie, mais pacíficos e obedientes, acabavam por perder as qualidades que o haviam feito merecer tal devoção.Para obstar a que lhes acontecesse o mesmo, os donos, isolaram-nos e começaram a organizar tentas e práticas suscetíveis de estimular as suas particularidades. Pode-se pois dizer, que foi o toiro bravo a impor esse tratamento especial. "Se queres que me mantenha assim, tens que arranjar forma de me proporcionar condições para isso". Foi o que a sua atitude transmitiu ao ganadero. (A inspiração para reproduzir o pensamento de um toiro, veio-me de um poema lido num site "anti". Intitulado RELATO DE UM TOIRO "BRAVO" (?),que refere os queixumes de um toiro. Só que os meus contactos foram com toiros merecedores de volta à praça no arrasto, o que não acontece com o toiro citado no verso). .
Temos assim, que o embrião dos espetáculos tauromáquicos, reside no facto de se ter considerado pertinente a sugestão. Começaram-se a formar ganadarias, a realizar tentas e outros eventos, com a finalidade de corresponder ao "pedido" feito pelo toiro. Não foi pois, para o explorar, para ganhar dinheiro à sua custa, como dizem os uixotes, que as touradas foram concebidas.
O oportunista porém estava atento.Vendo que essas iniciativas atraiam muito público, começou ele a realizar touradas. Estas com entradas pagas e não grátis,como as que eram oferecidas à população pelos fidalgos. Disso não são os taurinos responsáveis. Só o são do êxito que obtiveram.
Abordando agora mais objetivamente o texto que me enviou. Recebido depois de uma tourada realizada no dia 13 de outubro no Campo Pequeno, facilitou-me a possibilidade de o contestar. Vamos a isso.
Escreveu que "os que gostam de touradas, são pessoas cruéis, inconscientes e não solidárias"..A tourada," prejudica a educação da juventude o nível civilizacional da sociedade e desclassifica o país e os portugueses"- Pois a tourada referida em cima, que os
anti-touradas, os quais apelidei de QUIXOTES barulhentamente contestaram, foi um bonito gesto de solidariedade dos taurinos.
Na net, (não consegui mandá-lo para o ex-TSNC), circula um texto, escrito por mim, BOFETADA DE LUVA BRANCA, que desacredita totalmente a opinião que tem dos taurinos. Quem esteve no Campo Pequeno no dia 13, quase esgotando a lotação da praça, foram taurinos. Gente que gosta de toiros e touradas.
Acontece ainda que espectadores, artistas, autoridades, pessoal da praça e do posto médico, pessoas bem formadas.e solidárias, todas contribuíram com boa vontade e graciosamente para o sucesso da iniciativa. Para que se obtivesse receita que servisse para atenuar as
dificuldades que, em Moçambique, há crianças a passar.
Parece-me assim, que, ao contrário do que diz, são gestos destes que educam a juventude. Que se tornam exemplo a seguir. Não são as arruaças, o barulho como argumento, a que se entregam os Quixotes para contestarem as touradas. Já não falando no vocabulário provocatório, ofensivo e baixo que usam, nem nos habituais epítetos desagradáveis e ordinários como classificam os taurinos.
Continuando a responder ao email do Digno Senhor dr. Vítor Reis,distinto Médico Veterinário
" ARGUMENTOS FALACIOSOS E IGNORANTES, RIDÍCULOS " (segundo dr.V R.os meus)
Tenho a mesmíssima opinião dos argumentos apresentados pelos quixotescos/anti-taurinos.
Contudo devo dar a mão à palmatória. Sou um ignorante. Talvez por não ser veterinário,nunca vi, como indica, um galo a enfrentar um homem, mesmo sendo atacado. Tlenho-os é visto fugir, após débeis sinais de defesa. O cão, nas mesmas circunstâncias, faz o mesmo. Aliás como quase todos os animais. Já com o toiro bravo isso não acontece. Luta até à morte ou até já não ter forças.
Também não concordo com o paralelismo que faz entre o toiro e os animais das caçadas de África que se escondem e depois atacam os incautos que os feriram. Não fosse o respeito pela sua formação académica, diria que usar reações de galos, cães ou quaisquer outros animais para validar a sua opinião.... só o desespero de não ter argumentos realmente válidos, explica tal recurso.
Quanto ao facto das feras africanas feridas, se esconderem para depois se vingarem atacando quem as feriu, não percebi a simetria que encontra entre o toiro bravo e essas tais feras. O toiro é um animal extraordinário de uma valentia espontânea. Não se esconde.Não foge para depois atacar quem o feriu ou provoca. Antes, fá-lo de frente. Às claras.Essa voluntariedade, essa disponibilidade para a luta, é a principal razão porque as praças se enchem de espetadores. Mas, já que estamos a avaliar e classificar intervenções e atitudes, o que se deve dizer desta:
No site anti-taurino já referido -somos-antitouradas@gmail.com-foram publicados uns versos com o título "RELATO DE UM TOIRO "BRAVO" (?) É um queixume contra o tratamento que lhe dão no toureio.
Curiosamente, possivelmente em simultâneo com as lamentações referidas pelo "anti" que as pôs no site, também chegaram ao meu conhecimento manifestações de um toiro. Embora de sentido contrário a estas. São de um toiro lutador, adulto, que sabe o que quer e o que esperam dele.
Foi num sonho ou antes, num pesadelo, tão real me pareceu. No entanto, temendo o ridículo de que o dr. Vítor Reis falou, nunca o dei a conhecer. A leitura do já citado poema, encorajou-me. Possivelmente haverá quem diga ser uma espécie de plágio, mas não. Acontece é ser o vocabulário dos toiros bastante limitado e por isso, os dois animais terem usado palavras idênticas. Assim:
RELATO DE UM TOIRO "REALMENTE" BRAVO
Sou negro, forte e imponente,
Ao mesmo tempo inocente,
Amigo e natural,
Sei que me admiram
Não me querem fazer mal.
Tradições são cultura,
Não são espaços de tortura.
Para me animar bandarilhas
São no meu corpo espetadas.
Com certo cuidado e ternura,
Meu dorso é penetrado,
Estremecendo meu coração excitado.
Ansioso estou, pronto a correr,
As minhas patas calejadas dão o mote.
Bandarilhas fazem meu corpo ferver,
A adrenalina é o meu suporte.
Vejo olhos dengosos
Cheios de amor e simpatia.
Entro no jogo sabendo a razão,
Sem um assomo de rebeldia.
O areoso chão da praça semi vazia,
Ganha uma cor antes desconhecida.
Uma cor encarnada escurecida,
Nos meus olhos ela é reflectida.
Sei qual será o meu fim,
Glorioso e brilhante,
A minha dor, a dor …
É como a carícia de um amante.
Vivo o calor da luta,
Para ela é que fui criado
Prefiro morrer lutando
Do que como mísero
Boi capado.
Sobre os taurinos serem cruéis.Fiz uma passagem por sites em que taurinos de gabarito igual ao seu,se expressam sobre o assunto. O encontrar ideias coincidentes com as minhas, deu-me à-vontade para responder a essa acusação
O que já fizeram de concreto os Quixotes pelo bem estar dos toiros. Nada. Arruaças,ataques e insultos aos taurinos, vandalização de estátuas de toureiros e praças de toiros, invasão de arenas,são pueris e incosequentes atitudes de egoísmo e prepotência.O seu objetivo é acabar com as touradas de que não gostam e não aceitam que outros gostem.A preocupação pela dor dos toiros é só fachada. Repito.
Os taurinos sim.Têm-se preocupado em estabelecer limites para que a lide do toiro não seja tão agressiva. Como a finalidade das puyas e bandarilhas, é estimular o toiro e não maltratá-lo.Foi determinado o número de puyas que o toiro deve receber. Que tenham uma cruzeta que impede que penetrem demasiado no corpo do toiro, causando-lhe sofrimento desnecessário. Que o número de bandarilhas seja limitado de forma a não castigar demasiado o toiro.Com a mesma intenção, estudou-se o tamanho do arpão das puyas e bandarilhas- 30 e 8cm respetivamente.
Assim, sendo o toiro um animal com mais de 30litros de sangue, depois de lhe cravarem as puyas e bandarilhas, perde apenas 1 a 2 litros de sangue. Por conseguinte,as puyas, a sua maior provação, não representam para ele, mais que uma picadela de fina agulha para os
humanos.
Falar de toiros é, para mim, uma coisa cativante. Mesmo que seja a responder a provocações e ameaças. É verdade, o descontrolo dos Quixotes é manifesto. Ou me "respondem" com o silêncio, simulando que não lêem, ou o fazem com mensagens e telefonemas anónimos, insultando, provocando ou ameaçando.O que me dá mais vontade para continuar nesta "cruzada" pró-touradas.Mas hoje vou ficar por aqui.
Antes porém, desculpe a insistência,gostava que me explicasse, c"cientificamente" (como os do site TOURADAS SÓ NA CAMA gostam de dizer), qual a razão porque o toiro não foge quando é castigado, como faz qualquer outro animal,quando lhe estão,humanamente pensando, a infligir grande dor.Pelo contrário.Este extraordinário animal quer é retaliar. Responder à provocação.Mmesmo com o ferro do “picador”a penetrar-lhe o corpo,não desiste de empurrar iinvestir É necessário os bandarilheiros irem-no buscar.
Já dei a minha explicação. Mas os do TOURADAS SÓ NA CAMA, dizem que querem uma explicação científica. Pela pergunta vê-se que não percebem nada do que é o toureio. Ou então querem é chamar a atenção para o seu site. No entanto irei tentar dar a explicação que exigem. Espero que aprendam.
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)