Praça de Toiros de Vila Franca de Xira – 30.09.11 - XIV Tourada Real
Director: Ricardo Pereira – Veterinário: Salter Cid – Lotação: ½ casa
Cavaleiros: Rui Salvador, Luis Rouxinol, Vítor Ribeiro, Filipe Gonçalves, Manuel Telles Bastos, Marcelo Mendes
Forcados: Montemor e Vila Franca
Ganadaria: Manuel Assunção Coimbra
FORCADOS: OS HERÓIS DA NOITE. MANSIDÃO E DUREZA DOS “COIMBRAS” EM CORRIDA LONGA
Os Forcados foram os heróis da noite de sexta-feira em Vila Franca, na XIV Tourada Real a que assistiram os Duques de Bragança e onde a dureza e mansidão da generalidade dos toiros de Manuel Coimbra (proporcional ao peso e trapio de alguns dos toiros) deixou fortes marcas, obrigando os rapazes das jaquetas de ramagens a aplicarem-se a fundo, assim como os cavaleiros que, excepção feita a Vítor Ribeiro e Filipe Gonçalves, tiveram por diante toiros que dificultaram ao máximo o seu labor.
Herói maior da noite foi Pedro Castelo, dos Amadores de Vila Franca, ao suportar os violentíssimos derrotes do “Coimbra” saído em 4º lugar, numa pega que ficará para a história e roulado seguramente como uma das melhores desta temporada. Viajou mais de meia praça sózinho na córnea do toiro que desbaratou por completo o grupo na sua passagem em fuga e mesmo com este reagrupado e a ajudar com determinação não se dava por vencido e tentava livrar-se do forcado. Ovação estrondosa com o público de pé e duas voltas à arena. Ainda por Vila Franca forma caras Ricardo Patusco numa pega de grande determinação, coragem e valor na forma de provocar a investida do toiro e na forma como se fechou e Márcio Francisco no último da noite, a suportar ainda os derrotes fortes e a consumar com decisão.
Outro dos heróis foi João Tavares dos Amadores de Montemor no 5º toiro da noite, também ele alapado na córnea do toiro e a suportar os violentos derrotes numa viagem em que o toiro fugiu ao grupo que, rapidamente, se recompôs e consumou uma extraordinária pega de caras. Os dois restantes toiros destinados aos Amadores de Montemor foram pegados de caras por Frederico Caldeira, com determinação e garra e Manuel Ramalho, este a sentir mais dificuldades frente ao terceiro da noite.
Rui Salvador abriu praça com uma lide de muita raça e entrega ante um toiro que não facilitou , manso, reservado e sem vontade de investir para a ferragem. Soube meter-se nos terrenos do toiro e com muito mérito lhe cravou a ferragem da ordem, com destaque para o terceiro curto.
Luis Rouxinol teve por diante um manso que cedo se fechou em tábuas e apenas buscava o cavalo em violentas arrancadas de que desistia mal sentia que não podia colhê-lo. Rouxinol deixou os curtos em sortes a quarteio e sesgadas com mérito, tentando o impossíve.
O terceiro teve um pouco mais de franqueza nas investidas e Vítor Ribeiro soube entendê-lo e sacar o máximo partido das suas montadas para deixar a ferragem com mérito e valor, numa lide aplaudida pelo público e que deixou bom sabor.
Muito bem esteve Filipe Gonçalves a aproveitar as boas investidas do quarto da ordem, com alguns ferros cambiados que tiveram impacto e um quinto curto de muito mérito na execução da sorte, entrando bem recto e de frente e a cravar em bom sítio, para finalizar esta boa actuação com um de violino e outro de palmo.
Manuel Telles Bastos recebeu o quinto da ordem, que não foi bom, com três bons compridos à tira e uma lide de classe e em crescendo na série de curtos. Uma actuação também de muito boa nota, sem concessões, com os dois últimos curtos, e em especial o quarto, numa entrada «pelo toiro dentro», de enorme valor e a fazer o público levantar-se nas bancadas.
Em sexto e último lugar saíu outro manso e muito complicado “Coimbra” que ora de defendia em tábuas, ora arrancava de forma intempestiva atrás dos cavalos e com o qual Marcelo Mendes se entendeu, com mérito na forma como deixou os ferros em sortes sesgadas, comprometendo as montadas em terrenos proibitivos e mostrando o seu valor.
A corrida foi longa em demasia, provocada pelos fados na recolha dos toiros, implicando que estes ficassem na arena com os cabrestos enquanto os fadistas cantavam, algo que não se compreende pois retirou ritmo a um espectáculo que se arrastava pela mansidão dos toiros e porque não foi uma mais-valia nesta corrida.
Na direcção de corrida esteve a dupla de delegados técnicos composta por Ricardo Pereira e o Dr. Salter Cid.