FERRERA VOLTA A DESTACAR-SE EM LISBOA; SPORTINGUISTAS AUSENTES DA SUA CORRIDA
Praça de Toiros do Campo Pequeno – 26.08.11 – Corrida do Sporting
Director: Francisco Farinha – Veterinário: Salter Cid – Lotação: 40%
Cavaleiros: Rui Fernandes, Marcos Bastinhas
Forcados: Aposento da Moita
Matadores: Vitor Mendes, António Ferrera
Ganadarias: Passanha (3 – cavalo) , Falé Filipe (4 – pé)
FERRERA VOLTA A DESTACAR-SE EM LISBOA; SPORTINGUISTAS AUSENTES DA SUA CORRIDA
A corrida do Sporting primou pela ausência de público, de sportinguistas (directores e jogadores), de bravura na generalidade das reses lidadas e daqueles momentos que fazem a diferença, os toques de genialidade, e trazem a emoção pelo sublime da arte desenhada na arena. Foi a mais fraca assistência da temporada lisboeta e deve fazer pensar muita gente sobre os porquês destas ausências, para mais numa corrida onde o matador de toiros português de maior projecção internacional era homenageado pelos seus 30 anos de alternativa (que se cumprirão apenas no próximo dia 13 de Setembro!)
E comecemos pelo factor toiro. Sairam para o toureio a cavalo 3 de Passanha de tipos diferentes mas comportamento sobre o manso, sem criarem emoção e apenas a empregarem-se um pouco mais no momento da pega. Os de Falé Filipe saíram mansos e complicados no lote de Vítor Mendes e mais colaboradores os do lote de António Ferrera. Bem apresentados, não se compreende como lhes cortaram os cornos da forma vergonhosa como o fizeram. E aqui a responsabilidade vai na totalidade para veterinário e director de corrida que nunca o deveriam ter permitido – Dr. Salter Cid e Sr. Francisco Farinha.
Rui Fernandes desenvolveu uma lide dentro do seu estilo de toureio com alguns ferros de melhor nota e alguns pormenores de brega.
Marcos Bastinhas andou acertado e também deixou alguns ferros que agradaram, terminando com o par de bandarilhas.
A lide a duo, nada trouxe de positivo, como é norma geral.
Complemento da lide a cavalo, as pegas foram executadas pelos forcados do Aposento da Moita, com os forcados a sentirem alguma dureza nas investidas. Foram forcados de cara Pedro Brito de Sousa (à 2ª), Francisco Baltazar à 1ª e Frederico Morais à 2ª.
Vítor Mendes luziu-se capote no seu primeiro com um bom quite por verónicas e cingidas chicuelinas e repartiu o tércio de bandarilhas com Ferrera, cravando ambos bons pares. A faena de muleta teve como denominador a vontade e entrega do matador, tentando construir a faena que o toiro não permitia. E no seu segundo voltou a não ter sorte e a faena de muleta foi um pouco melhor com alguns muletazos de boa execução mas a mansidão do toiro não permitiu o êxito. As suas actuações foram fortemente ovacionadas.
António Ferrera triunfou em ambos os toiros. Poderão alguns discutir a sua concepção de toureio mas não poderão contestar a sua entrega e valor. Esteve decidido e variado com o capote, fácil com as bandarilhas como é seu timbre e desenhou duas boas faenas de muleta, por vezes com profundidade em alguns passes. Desenhou boas tandas por ambos os pitons e duas delas, pelo lado esquerdo, foram de muito boa nota, com classe e temple. Foram faenas variadas, com gosto, interessantes para o público em geral e com alguns momentos para os aficionados desfrutarem.
Como já foi referido, é incompreensível que os delegados técnicos tauromáquicos Sr. Francisco Farinha e Dr. Salter CId, deixaram que os toiros de pé, à excepção do último, tivessem sido tão despontados que quase pareciam embolados. Então onde é que ficou a bitola? Também não houve grande critério uniforme na concessão de música.
A praça registou cerca de 40% da sua lotação preenchida.