Praça de Toiros de Caldas da Rainha – 15.08.11

Director: Manuel Jacinto – Veterinário: Jorge Moreira da Silva – Lotação: cheia

Cavaleiros: António Telles, Manuel Telles Bastos

Forcados: Santarém, Caldas da Rainha

Matador: Vítor Mendes

Ganadaria: Manuel Coimbra

TARDE DE FORTES EMOÇÕES EM CALDAS: TRIUNFOU ANTÓNIO TELLES E VITOR MENDES MOSTROU A SUA RAÇA

As emoções foram bem fortes durante toda a tarde de 15 de Agosto em Caldas da Rainha, devido  por um lado ao comportamento dos toiros, mansos na generalidade e com arreões fortes, e à entrega dos toureiros e dos forcados, não faltando a parte dramática das colhidas de Vítor Mendes – que aos 54 anos de idade se arrimou como um leão – e do jovem bandarilheiro António Telles Bastos na sua alternativa. Vibração não faltou e com a praça cheia, os toureiros encastaram-se e superaram a mansidão dos toiros que lhes tocou lidar da ganadaria de Manuel Coimbra.

António Telles triunfou em toda a linha. Na brega, na escolha dos terrenos, na forma como decidiu atacar os oponentes, nos cites e nas cravagens de ferragem de mérito maior em duas lides que foram sempre a mais e onde houve momentos de grande brilhantismo e emoção. Na realidade, com dois toiros mansos e complicados, António entrou em terrenos proibitivos mas, ao mesmo tempo, naqueles que dão importância maior ao que se faz. E aí os ferros foram de grande emoção, com o público de pé a aplaudir a verdade que colocou no seu toureio. Foi uma tarde de triunfo.

Manuel Telles Bastos teve também dois toiros que não deram facilidades. E mostrou, uma vez mais, que está mais maduro, com mais soluções para resolver rapidamente os problemas que os toiros colocaram. Duas actuações interessantes, com alguns bons ferros, a deixar boa impressão e a agradar ao público.

O matador de toiros Vítor Mendes deu uma lição de raça, casta e pundonor que muitos dos jovens aspirantes a toureiros deveriam ter presente. Dois mansos perigosos e sem vontade de investir a não ser para procurar colher o toureiro, serviram para que Mendes mostrasse porque foi e será sempre figura maior. Ao lancear de capote os eu primeiro, que já se havia colado duas ou três vezes pelo piton direito, foi volteado de má maneira e, mesmo assim, logo o lanceou por chicuelinas.

Concedeu a alternativa de bandarilheiro a António Telles Bastos, repartindo ambos o tércio de bandarilhas, com o jovem bandarilheiro a ser violentamente colhido ao tentar cravar o primeiro par e deixando depois 2 de muito mérito e Mendes deixou outro par de muita exposição e valor. Com a muleta não era possível o êxito pois o primeiro fugia da luta e Mendes, encastado e com a raça que sempre o caracterizou sacou-lhe os passes por ambos os pitons com valentia. E no que encerrou praça conseguiu algumas tandas de muletazos mais ligadas mas á custa de muita entrega, de lhe deixar a muleta na cara e obrigar o manso e bruto toiro a investir como o matador quis. Foram gestos que o público agradeceu, tributando-lhe fortes ovações.

Os Forcados de Santarém e de Caldas da Rainha protagonizaram uma boa tarde de pegas de caras, com os scalabitanos a terem na cara dos toiros Luis Sepulveda e João Brito, ambos a concretizarem á 1ª tentativa,  e os caldenses a consumarem à segunda por intermédio de Francisco Rebelo de Andrade e Óscar Carvalho.

Nesta corrida foi homenageado postumamente o matador de toiros Manuel dos Santos, sendo que praça de toiros de Caldas da Rainha foi baptizada com o seu nome.

Na direcção de corrida esteve o antigo bandarilheiro Manuel Jacinto assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.