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Praça de Toiros do Campo Pequeno – 11.08.11
Director: Ricardo Pereira – Veterinário: Salter Cid – Lotação: ½ casa
Cavaleiros: Rui Salvador, Tito Semedo, Duarte Pinto
Forcados: Amadores de Vila Franca
Espadas: Luis Procuna, António João Ferreira, Nuno Casquinha, Tiago Santos
Ganadarias: Veiga Teixeira (3 – cavalo) e José Luis Cochicho (4 – pé)
Firme e decidido, Duarte Pinto voltou a pisar a arena da monumental lisboeta e assinou um triunfo rotundo na lide ao terceiro toiro da noite. Uma lide plena de classe, de serenidade, de temple na abordagem da sortes, e o atrevimento próprio de alguém que, sabedor do seu real valor, decidiu arriscar em momentos chave da sua actuação, ora em sortes de largo e deixando-se ver nos cites a passo para carregar a sorte ao piton contrário e cravar com verdade, ora entrando pelo toiro dentro com um valor imenso como sucedeu no último ferro da sua muito aplaudida actuação. Foi um ferro de arrepiar, de fazer bater mais acelerado o coração. Pinto cantou de galo em Lisboa!
A corrida teve início com a confirmação de alternativa de Tito Semedo, que desenvolveu uma lide de nível médio, com algumas passagens em falso e ferros á tira e em quarteios de razoável execução mas sem romper em direcção ao triunfo.
Rui Salvador voltou a mostrar a sua categoria e esteve francamente bem a lidar um manso e complicado «Teixeira». Procurou tirar o toiro de tábuas e cravou alguns bons ferros, numa lide em que vincou o seu valor e maestria.
Os Forcados de Vila Franca sentiram na pele a mansidão dos «teixeiras». Ricardo Castelo, Ricardo Patusco e Márcio Francisco foram os forcados de cara e o grupo resolveu bem os problemas que os toiros colocaram.
No toureio a pé os melhores momentos viveram-se na actuação de Luis Procuna e na do jovem novilheiro Tiago Santos.
A actuação de Luis Procuna com o capote foi comprometida pela escassa vontade de investir do «cinquenho» de Cochicho que, mesmo nas bandarilhas, não foi colaborador e obrigou o matador a expor-se. Contudo, na faena de muleta revelou bondade nas investidas e Luis Procuna conseguiu uma muito meritória faena de muleta, com momentos de muito interesse pelo temple e mando imprimido nos voos da flanela rubra e conseguindo alguns muletazos de largo traço e profundos. Uma faena muito bem construída e com muita classe.
Tiago Santos foi autor de outra boa faena de muleta e teve um par de bandarilhas de muito mérito. Com muita serenidade construiu uma faena de muleta interessante por ambos os pitons, melhor pelo piton direito, aproveitando as investidas e, em alguns momentos, entregando-se e sacando bons muletazos. Deixou nota bem positiva nesta sua segunda passagem pela arena lisboeta.
António João Ferreira tentou uma porta-gaiola que não resultou e foi «atropelado». A faena de muleta foi de trâmite, com um toiro manso e a derrotar por cima do estaquilhador em cada muletazo e com o toureiro a tentar, a muito custo, baixar-lhe a mão para que investisse um pouco mais humilhado. Foi o querer a sobrepor-se a todas as dificuldades mas sem grandes hipóteses para brilhar.
Nuno Casquinha teve por diante outro toiro que não deu facilidades e não teve qualidade. Com a muleta «roubou-lhe» passes em terrenos de tábuas já que o morlaco não queria investir e apesar do valor que mostrou e de algum que outro passe meritório, não se justificou a volta à arena que deu por sua conta.
Os toiros destinados à lide a cavalo era de Veiga Teixeira. Com 4 anos de idade e pesos acima dos 500 kilos foram mansos e complicados á excepção do primeiro que teve alguma qualidade. Para o toureio a pé apresentava-se em Lisboa a ganadaria de José Luis Cochicho. E quem se apresenta em Lisboa não o pode fazer com uma manta de retalhos mas sim com traje de luxo. Um toiro de 5 anos, bem feito de tipo, mansote mas nobre, foi o primeiro a sair pela porta de currais, secundado por outros dois toiros de 4 anos, mansos e complicados, um deles demasiado cornicurto, sem trapio e que nunca poderia sair numa praça com a importância de Lisboa, o mesmo se aplicando ao novilho saído em sétimo lugar que, apesar de ter mostrado alguma qualidade, era rabicho e quase não tinha cornos.
Na direcção de corrida esteve Ricardo Pereira assessorado pelo veterinário Salter Cid e a praça do Campo Pequeno registou cerca de metade da sua lotação preenchida.