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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

EXTRAORDINÁRIO AMBIENTE NA 1ª CORRIDA DAS TERTÚLIAS EM VILA FRANCA

03.07.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros de Vila Franca de Xira – 01.07.11

Director: Manuel Jacinto – Veterinário: Carlos Santos – Lotação: +- ¾

Cavaleiros: António Telles, Rui Fernandes, Pedro Salvador

Forcados: Vila Franca, Coruche

Ganadaria: Vale Sorraia

 

Um ambiente de grande festa entre as tertúlias vilafranquenses espalhadas pelas bancadas da “Palha Blanco” foi o ponto de partida para uma corrida de toiros onde a emoção esteve presente e o bom toureio foi nota dominante na primeira metade do espectáculo, frente a toiros sérios de Vale Sorraia, com peso e trapio, e a exigirem muito dos artistas, num confronto de muita seriedade que o País pode ver através do pequeno ecran.

 

Toiros sérios

Os toiros de Vale Sorraia, de magnífica apresentação, rondando os 510 kilos, com trapio, foram sérios, trouxeram complicações no seu comportamento. Serviram para que os artistas mostrassem as suas credenciais e não lhes permitiram erros. Bateram duro nos forcados, entrando com pata no geral, sacudindo forte para os lados e para baixo, não facilitando também a sua tarefa. Mas trouxeram emoção e seriedade que é o que falta na maioria das corridas em Portugal.

 

Dus partes bem distintas

Melhor a primeira parte que a segunda em termos de toureio e de toiros. Uns condicionam os outros e, por isso, a fase final da corrida teve menos interesse e qualidade.

 

Abriu praça António Telles, com uma lide de excelente nível na brega e nos remates e com alguns ferros em sortes frontais com entradas portentosas ao pitón contrário, entrando «pelo toiro dentro» e cravando como mandam as regras. Chegou às bancadas em virtude de um toureio de verdade frente a um bom toiro. No seu segundo conseguiu dois excelentes compridos e desenvolveu lide de boa nota com a ferragem curta deixada em quarteios bem executados, com primor e rigor.

 

Em segundo lugar actuou Rui Fernandes que conseguiu uma das melhores actuações que lhe vi nos últimos tempos. Procurou os melhores terrenos, bregou com classe, citou a deixar-se ver para os ferros e conseguiu uma boa primeira lide. Os ferros curtos ora atacando em curto ora com cambiadas, surtitam efeito nas bancadas e deixou uma boa imagem do jovem cavaleiro. No seu segundo, manso e sem querer investir, Fernandes sentiu imensas dificuldades  para lhe cravar os ferros pois o toiro não investia nem com o cavalo muito perto. Sem matéria-prima para se luzir.

 

Pedro Salvador esteve bem com o terceiro da noite, um toiro sério mas a cumprir. Esteve bem na brega e com seriedade cravou a ferragem comprida em sortes á tira e os curtos em quarteios bem executados, bastante aplaudidos pelo público a quem havia brindado a lide. No que encerrou praça teve dois curtos em sortes cambiadas que foram bons mas depois não mais se encontrou e o público não lhe perdoou os falhanços e os toques na montada.

 

Noite dura para os forcados

Os toiros bateram forte e saíram com pata para os forcados, à excepção do terceiro. Exigiram muito dos jovens forcados vilafranquenses e coruchenses. Pelos Amadores de Vila Franca abriu praça o cabo Ricardo Castelo com uma boa pega à 1ª, secundado por Diogo Pereira que recuou em demasia e fechou-se quase em tábuas, também à 1ª, assim como Márcio Francisco. Por Coruche foram forcados de cara Ricardo Dias na pega da noite, aguentando barbaridade de derrotes e fechando-se com enorme decisão à 2ª tentativa; Pedro Crispim, com segurança à 1ª e o cabo Amorim Ribeiro Lopes que apenas à 4ª e a sesgo consumou depois de violentos derrotes nas primeiras tentativas.

 

Direcção de corrida

Muito bem na condução do espectáculo, com seriedade e autoridade, o antigo bandarilheiro Manuel Jacinto coadjuvado pelo veterinário Carlos Santos perante cerca de ¾ da lotação da “Palha Blanco” preenchidos.

 

PÚBLICO SEM REFERÊNCIAS TUDO PERMITE: ESCANDALOSA SAÍDA EM OMBROS DE VENTURA E PALHA

01.07.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros do Campo Pequeno – 30.06.11

Director: Julio Gomes – Veterinário: Salter Cid – Lotação: ¾ fortes

Cavaleiros: Rui Salvador, Diego Ventura, Francisco Palha

Forcados: Santarém, Évora

Ganadaria: Mª Guiomar Moura

 

Quando não existem referências de qualidade e de exigência; quando os toureiros optam por destourear e provocar o público com o número do cavalinho que faz piruetas ou do que mordisca no toiro; quando o director concede música após mais um toque forte na montada; quando se permitem as voltas e voltinhas sem que haja uma reacção enérgica dos poucos que ainda percebem alguma coisa do que se passa na arena... e quando não se lidam toiros-toiros, de 4 anos de idade, mais escandaloso se torna assistir ao espectáculo das 4 voltas à arena sem que nada as justifique (as segundas lides dos protagonistas foram sofríveis) e à consequente saída em ombros. Rigor exige-se!!! E só a genialidade de uma actuação deve ser premiada com a saída em ombros.

 

Rui Salvador teve uma boa primeira prestação, com bons momentos de brega e a aplicar-se a fundo para interessar o manso e distraído primeiro da noite. A ferragem foi, em geral, de bom nível e ora mais de largo ora mais em curto atacou o oponente e saíu em bom plano. No seu segundo, também de pouca casta e nula bravura, esteve em plano diligente e cumpriu a papeleta.

 

Diego Ventura esteve em grande plano na lide do seu primeiro e justificou as duas voltas à arena. Foram excelentes os momentos de brega e superiores os remates e a ferragem de muito boa nota, fazendo o público saltar nas bancadas. Viveram-se momentos interessantes devido ao equilibrio e doma das montadas, á suavidade como tudo foi feito. Mas como no melhor pano cai a nódoa, a segunda lide não teve nada de relevante. E como havia que aquecer o ambiente porque a saída a ombros não podia falhar, lá foi buscar o «Morante» e depois de ferros vulgares, o habitual mordisco no toiro e o delírio dos pouco ou nada exigentes pagantes que se sentam nas bancadas do Centro de Lazer. Mais duas voltas...

 

Francisco Palha esteve francamente bem no seu primeiro, com bons momentos de brega e uma série de curtos de bom nível com viagens ao piton contrário que justificaram a música mas nunca as duas voltas que deu no final. Foi uma boa actuação, dentro dos cânones, com momentos de bom toureio mas sem rasgos de genialidade. E no seu segundo não passou do sofrível, mediano, com toques à mistura e sem aquela chama que se exige para os mais altos voos. Não se justificou a saída em ombros.

 

No capítulo dos forcados, há a lamentar a lesão do eborense Manuel Rovisco com uma fractura na perna esquerda, numa noite em que não houve problemas de maior. Pelos Amadores de Santarém foram caras Luis Sepúlveda, João Brito e João Goes todos à primeira e pelos Amadores de Évora o cabo Bernardo Patinhas, Manuel Rovisco (toiro fez o pino com o forcado na cara) e Natónio Alfacinha, todos também ao primeiro intento.

 

O curro de novilhos de Mª Guiomar Moura foi manso no geral, com diversos graus e o pior lote a tocar a Salvador, não se justificando a chamada do ganadeiro à arena.

 

Direcção de Julio Gomes com assessoria do veterinário Salter Cid perante cerca de 6000 espectadores.

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