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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

JOSÉ MARIA CORTES: UM HINO À ARTE DE BEM PEGAR TOIROS

29.07.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros do Campo Pequeno – 28-07-11

Director: Pedro Reinhardt – Veterinário: Salter Cid – Lotação: 60%

Cartel: Vítor Ribeiro, Manuel Lupi, Salgueiro da Costa

Forcados: Santarém, Montemor, Lisboa

Ganadaria: Veiga Teixeira

 

Desde que saltou à arena, frente ao quinto toiro da noite, até que a pega foi consumada e o toiro imobilizado, a postura e a atitude de José Maria Cortes (cabo dos Amadores de Montemor)  fizeram desta pega um autêntico hino à arte de bem pegar toiros de caras. O cite, a deixar-se ver, de largo, devagar, batendo as palmas para fixar a atenção do toiro; a forma como carregou para provocar a saída do toiro, o modo de recuar e fechar-se com enorme decisão na cara do toiro,  suportando depois alguns fortes derrotes do oponente, com o grupo a sentir alguma dificuldade para o «travar». Uma explosão de aplausos e de júbilo do público que preenchia mais de metade da lotação do Campo Pequeno e duas merecidas voltas à arena e o prémio para a melhor pega foram o corolário de um momento único vivido na noite de ontem em Lisboa. Os Amadores de Sanatrém foram considerados o

 

E porque a noite era de concurso de pegas e havia ainda o prémio para o melhor grupo em Praça, os três Grupos (Santarém, Montemor e Lisboa), mandaram para a cara dos toiros forcados com experiência e capazes de fazer a diferença. Luis Sepúlveda e João Brito ambos com rijas caras à primeira e bem ajudados foram os eleitos do Grupo de Santarém, enquanto João Tavares e o já mencionado José Maria Cortes concretizaram ao primeiro intento as pegas pelos Amadores de Montemor. E pelos Amadores de Lisboa, Pedro Maria Gomes muito bem à primeira e seu irmão Gonçalo Gomes, com este a concretizar apenas á terceira tentativa no que encerrou praça.

 

Esta corrida tinha também o aliciante do regresso a Lisboa dos toiros de Veiga Teixeira. Bem apresentados no geral, com 4 anos de idade cumpridos, foram uma meia desilusão. Faltou transmissão e bravura à maioria dos toiros, sendo o primeiro da noite aquele que melhor comportamento teve. Mostraram-se algo tardos e reservados, sem aquela «chispa» de casta que faz a diferença e permite o maior espectáculo.

 

Vitor Ribeiro aproveitou bem o seu primeiro e assinou uma lide muito bom nível, das melhores que lhe vi nos últimos tempos, com boas preparações e ferragem de muito mérito a entrar em terrenos de compromisso e conquistando os aplausos pela forma como entrou de caras ao toiro. Não teve oponente de igual quilate na segunda metade da corrida e esforçou-se para conseguir uma actuação acima da média, saindo em bom plano.

 

Manuel Lupi mostrou a sua raça e decisão em ambos os toiros, melhor o quinto da ordem. Foram duas actuações em que procurou um toureio frontal, em que se preocupou com a abordagem da brega em bom plano e cravou alguns bons ferros em ambos os toiros. Deixou nota bem positiva.


Bem positiva também foi a primeira actuação de Salgueiro da Costa. Com uma boa brega procurou interessar o toiro pela montada e pisou terrenos de compromisso para deixar com mérito a ferragem da rodem, entrando de frente e nos terrenos do toiro, para cravar com acerto. No que encerrou corrida, teve de novo bons momentos na cravagem dos curtos mas não se livrou de uma aparatosa colhida, felizmente em consequências.

 

A direcção esteve entregue ao delegado técnico tauromáquico Pedro Reinhardt assessorado pelo veterinário Salter Cid.