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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

CASQUINHA O MAIS DESTACADO DA TARDE EM VILA FRANCA

03.07.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros de Vila Franca – 03.07.11

Director: Ricardo Pereira – Veterinário: José M.Lourenço – Lotação: ½ casa

Cavaleiros: João Salgueiro, Salgueiro da Costa

Forcados: Amadores de Vila Franca

Matadores: Uceda Leal, Nuno Casquinha

Ganadaria: Oliveiras Irmãos

 

A 2ª corrida inserida nas Festas do Colete Encarnado tem sempre um ambiente diferente, por ser mista e por ter muitos campinos nas bancadas. Este ano teve o aliciante de se apresentar de matador de toiros o vilafranquense Nuno Casquinha e foram dele os momentos altos de uma corrida onde a mansidão (no geral) dos toiros de Oliveiras não permitiu voos mais altos aos participantes.

 

O toureio a cavalo

Abriu praça João Salgueiro com uma lide movimentada a tentar interessar o toiro, conseguindo alguns bons momentos de brega e nos remates das sortes, vindo a destacar-se no último curto, de muito boa nota e atacar o toiro, provocando-lhe a investida. Vibrou o público com estes momentos.


Salgueiro da Costa lidou o segundo, sentindo imensas dificuldades frente a um toiro que, reservado e manso, esperava muito pelo cavalo para só atacar pela certa. Deixou dois compridos e três curtos sem possibilidade de maior luzimento.

 

A duo, pai e filho também não tiveram sorte com o toiro e não se entenderam muito bem, denotando clara falta de entrosamento. Cumpriram a papeleta ante um toiro manso e complicado.

 

Os Forcados

Os Amadores de Vila Franca resolveram com eficácia os problemas que os toiros haviam demonstrado nas lides. Bruno Casquinha à 1ª, Rui Graça à 2ª depois de dois fortes derrotes na 1ª tentativa e Ricardo Patusco bem à primeira honraram a jaqueta vilafranquense.

 

O toureio a pé

 

Uceda Leal cumpriu de capote por verónicas em ambos os toiros. As faenas de muleta tiveram alguns momentos de bom toureio, nomeadamente pelo piton direito ao primeiro e repetindo no segundo. Prejudicado pelo lote que lhe tocou, justificou a sua inclusão neste cartel tentando sacar partido das poucas investidas de ambos os toiros.

 

Nuno Casquinha esteve francamente bem frente ao seu primeiro, único que saíu com casta e alguma dose de bravura e toureabilidade. Uma faena de boa nota, com bons muletazos pela direita e naturais templados, largos e mandões, que fizeram soar os olés pela verdade e entrega que estavam patentes. Finlaizou com naturais com a mão esquerda e também com a direita e foi fortemente ovacionado na volta que deu. Não conseguiu redondear a tarde com outra faena do mesmo quilate da primeira mas as condições do toiro também o não permitiam. Esteve de novo bem ao natural, melhor piton do toiro, e sacou alguns derechazos de melhor nota. Em ambos os toiros esteve bem a tourear de capote.

 

Os toiros

Os Oliveiras saíram no geral mansos, piores os destinados ao toureio a cavalo, reservados e tardos ns investidas. No lote de pé os melhores tocaram a Casquinha. Não ajudaram a que o espectáculo tivesse um nível elevado como se desejava.

 

A direcção de corrida

Esteve na direcção de corrida Ricardo Pereira assessorado pelo veterinário José Manuel Lourenço e discordamos da forma como deixou que uma homenagem – justa e merecida, diga-se -  a um elemento da Banda do Ateneu falecido em Junho deste ano, tivesse lugar nas cortesias, com os toureiros a aguardarem 15 longos minutos que a mesma decorresse e prejudicando o início do espectáculo em quase 25 minutos.

EXTRAORDINÁRIO AMBIENTE NA 1ª CORRIDA DAS TERTÚLIAS EM VILA FRANCA

03.07.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros de Vila Franca de Xira – 01.07.11

Director: Manuel Jacinto – Veterinário: Carlos Santos – Lotação: +- ¾

Cavaleiros: António Telles, Rui Fernandes, Pedro Salvador

Forcados: Vila Franca, Coruche

Ganadaria: Vale Sorraia

 

Um ambiente de grande festa entre as tertúlias vilafranquenses espalhadas pelas bancadas da “Palha Blanco” foi o ponto de partida para uma corrida de toiros onde a emoção esteve presente e o bom toureio foi nota dominante na primeira metade do espectáculo, frente a toiros sérios de Vale Sorraia, com peso e trapio, e a exigirem muito dos artistas, num confronto de muita seriedade que o País pode ver através do pequeno ecran.

 

Toiros sérios

Os toiros de Vale Sorraia, de magnífica apresentação, rondando os 510 kilos, com trapio, foram sérios, trouxeram complicações no seu comportamento. Serviram para que os artistas mostrassem as suas credenciais e não lhes permitiram erros. Bateram duro nos forcados, entrando com pata no geral, sacudindo forte para os lados e para baixo, não facilitando também a sua tarefa. Mas trouxeram emoção e seriedade que é o que falta na maioria das corridas em Portugal.

 

Dus partes bem distintas

Melhor a primeira parte que a segunda em termos de toureio e de toiros. Uns condicionam os outros e, por isso, a fase final da corrida teve menos interesse e qualidade.

 

Abriu praça António Telles, com uma lide de excelente nível na brega e nos remates e com alguns ferros em sortes frontais com entradas portentosas ao pitón contrário, entrando «pelo toiro dentro» e cravando como mandam as regras. Chegou às bancadas em virtude de um toureio de verdade frente a um bom toiro. No seu segundo conseguiu dois excelentes compridos e desenvolveu lide de boa nota com a ferragem curta deixada em quarteios bem executados, com primor e rigor.

 

Em segundo lugar actuou Rui Fernandes que conseguiu uma das melhores actuações que lhe vi nos últimos tempos. Procurou os melhores terrenos, bregou com classe, citou a deixar-se ver para os ferros e conseguiu uma boa primeira lide. Os ferros curtos ora atacando em curto ora com cambiadas, surtitam efeito nas bancadas e deixou uma boa imagem do jovem cavaleiro. No seu segundo, manso e sem querer investir, Fernandes sentiu imensas dificuldades  para lhe cravar os ferros pois o toiro não investia nem com o cavalo muito perto. Sem matéria-prima para se luzir.

 

Pedro Salvador esteve bem com o terceiro da noite, um toiro sério mas a cumprir. Esteve bem na brega e com seriedade cravou a ferragem comprida em sortes á tira e os curtos em quarteios bem executados, bastante aplaudidos pelo público a quem havia brindado a lide. No que encerrou praça teve dois curtos em sortes cambiadas que foram bons mas depois não mais se encontrou e o público não lhe perdoou os falhanços e os toques na montada.

 

Noite dura para os forcados

Os toiros bateram forte e saíram com pata para os forcados, à excepção do terceiro. Exigiram muito dos jovens forcados vilafranquenses e coruchenses. Pelos Amadores de Vila Franca abriu praça o cabo Ricardo Castelo com uma boa pega à 1ª, secundado por Diogo Pereira que recuou em demasia e fechou-se quase em tábuas, também à 1ª, assim como Márcio Francisco. Por Coruche foram forcados de cara Ricardo Dias na pega da noite, aguentando barbaridade de derrotes e fechando-se com enorme decisão à 2ª tentativa; Pedro Crispim, com segurança à 1ª e o cabo Amorim Ribeiro Lopes que apenas à 4ª e a sesgo consumou depois de violentos derrotes nas primeiras tentativas.

 

Direcção de corrida

Muito bem na condução do espectáculo, com seriedade e autoridade, o antigo bandarilheiro Manuel Jacinto coadjuvado pelo veterinário Carlos Santos perante cerca de ¾ da lotação da “Palha Blanco” preenchidos.