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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

LIÇÃO DE ANTÓNIO TELLES FRENTE A UM «SILVA» COMPLICADO

12.06.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros de Santarém – 12.06.11

Director: José Tinoca – Veterinário: Jorge M. Silva – Lotação: 1/3 casa

Cartel: Joaquim Bastinhas, António Telles, Vitor Ribeiro, Filipe Gonçalves, Marcos Bastinhas, Francisco Palha

Forcados: Amadores de Santarém

Ganadaria: António Silva

 

Os toiros de António Silva, (todos marcados contudo com o 8 na espádua direita), trouxeram complicações aos cavaleiros pela falta de bravura generalizada que patentearam, porque saíam soltos e buscavam tábuas, estando bem apresentados e com trapio. Na verdade, exigiram muitos conhecimentos de lide e recursos de que nem todos dispõem e o maestro da Torrinha, António Telles, deu cabal lição de brega e bem tourear a um manso, solto e sem vontade de investir, saindo em plano de triunfo da corrida.

 

Joaquim Bastinhas abriu praça e esteve diligente e voluntarioso na forma como abordou o oponente, cravando à tira os compridos e deixando depois quatro curtos em sortes a sesgo já que o toiro se encostou a tábuas e não fazia muita intenção de sair desses terrenos.

 

No segundo da tarde António Telles mostrou como se lida um manso que saía solto e buscava as tábuas mal perdia de vista a garupa do cavalo e, à custa de muito trabalho, o maestro da Torrinha deu-lhe a volta e conseguiu bons momentos de toureio, de um toureio que não se vê habitualmente mas que foi de uma eficácia tremenda. Ferros a aguentar de praça a praça a investida sem fixação do toiro, levando ao limite esse aguentar da sorte para cravar e, por isso também, nem sempre os ferros foram deixados ao estribo. Mas que tiveram maestria, valor e sabedoria, lá isso tiveram.

 

Em terceiro lugar actuou Vitor Ribeiro que alternou bons com menos bons momentos mas que na série de curtos, e após bons momentos de brega, veio em crescendo, culminando com um quinto curto, de frente, de muito boa nota. Está a atravessar um bom momento e isso notou-se no decurso da lide.

 

Filipe Gonçalves chegou ao público nos curtos e apesar de alguns delizes na cravagem, do meio da lide em diante as coisas rodaram bem ao cavaleiro algarvio com um terceiro curto de boa nota, e finalizando com um de violino.

 

Também de violino, mas de palmo, e meio par, rematou Marcos Bastinhas uma actuação mediana e onde trabalhou bastante para sacar o toiro para os médios mas sem que este cooperasse. O terceiro curto, sesgado, foi de boa nota.

 

Em sexto e último lugar actuou Francisco Palha. Uma lide de altos e baixos, com alguns falhanços pelo meio mas também uma fase final de maior impacto com terceiro bem deixado em sorte ao pitón contrário e o seguinte sesgado, para rematar com dois de palmo.

 

Os Amadores de Santarém tiveram tarde algo facilitada pois os «Silvas» não colocaram problemas demais aos que tiveram o privilégio de serem escolhidos para a cara dos seis exemplares. Abriu praça António Grave de Jesus (bem à primeira), Luis Sepúlveda (também ao primeiro intento), João Vaz Freire ainda à primeira, enquanto João Góis apenas à segunda consumou, tal como João Brito mas esta com o toiro a sair com mais pata e António Imaginário fechou-se com decisão ao primeiro intento.

 

Direcção de corrida muito acertada de José Tinoca assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva, perante cerca de 3500 espectadores nas bancadas da Celestino Graça.

GRANDE LIÇÃO DE MAESTRO MOURA NA ALTERNATIVA DE TOMÁS PINTO

12.06.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros de Santarém – 10.06.11

Director: César Marinho – Veterinário: João Mª Nobre – Lotação: ¾

Cartel: Emídio Pinto, João Moura, Diego Ventura, Tomás Pinto (alternativa)

Forcados: Santarém, Alcochete

Ganadaria: Maria Guiomar Moura

 

Cumpriu-se a tradição de mais uma alternativa de cavaleiro na corrida do Dia de Portugal na Monumental Celestino Graça em Santarém quando, pelas 18h05 Emídio Pinto cedeu o ferro comprido a Tomás Pinto ante as testemunhas de João Moura e de Diego Ventura e mais de 8 mil espectadores. Um espectáculo onde João Moura montou cátedra e não deixou créditos por mãos alheias mostrando porque, 30 anos depois, ainda continua a despertar emoções  e a levantar o público nas bancadas. Uma grande lição de toureio na lide ao quarto da tarde, toiro cuja lide havia brindado a Moita Flores.

 

Tomás Pinto abriu praça frente ao toiro nº 58 com 580kg e esteve correcto durante  a lide, sem concessões, numa actuação limpa mas também sem arriscar muito. Preferiu as tiras para deixas os compridos, lidando bem e na série de curtos foi em crescendo, com um bom quarteio a anteceder a cravagem dos de violinoe palmo com que encerrou a sua primeira lide. Frente ao que encerrou praça e que demorou a parar, deixou um segundo comprido de boa nota e mais quatro curtos aceitáveis, para rematar com o violino e o palmo, numa actuação que convenceu o público.

 

Mas a grande lide da tarde foi a que João Moura realizou ao quarto toiro. Se teve bons momentos de brega no seu primeiro ao qual cravou 2 compridos e quatro curtos de razoável execução, foi nesse quarto toiro que elevou a bitola ao um nível superior na brega de proximidade e nos ladeios, na forma como se parou na cara do toiro e, depois na abordagem que fez da sortes, nomeadamente nos curtos, a partir do segundo, de largo e a atacar o toiro, carregando bem a sorte e cravanndo bons ferros. E os dois de palmo com que encerrou a sua actuaão foram excelentes. Uma grande lição do maestro Moura em tarde que ficará para a história.

 

Diego Ventura, apelidado de «furacão» não foi mais que uma ligeira brisaa soprar na arena da Monumental Celestino Graça. Não teve  a sua tarde, registando-se alguns pormenores de brega e um que outro ferro de melhor qualidade, muito pouco para quem tem o seu estatuto e alguns equívocos na escolha de terrenos e distâncias foram pagos com alguns toques que o público não lhe perdoou. Não se justifica que após uma lide tão fraca como a que efectuou ao quinto da tarde se  tenha «pendurado»  no forcado para dar volta à arena!

 

Dois Grupos de Forcados efectuaram as seis pegas de caras. Os Amadores de Santarém tiveram como forcados de cara Luis Sepúlveda (1ª), João Brito (1ª) e João Góis (2ª), todos eles bem na cara dos toiros mas com os ajudas a não serem tão eficazes quanto deviam. E os Amadores de Alcochete concretizaram as pegas por intermédio de Fernando Quintela (1ª), Daniel Silva (1ª) e Vasco Pinto (1ª), todos tecnicamente bem e com o grupo a ajudar com coesão. O prémio “Santa Casa da Misericórdia de Santarém” para a melhor pega recaíu na efectuada ao sexto toiro por Vasco Pinto, tendo o júri sido composto por Paulo Pessoa de Carvalho, Francisco Morgado e António Lúcio.

 

Os toiros, aliás novilhos (todos com o 8 na mão dirieta), de Maria Guiomar Moura estavam bem apresentados, foram cómodos para os toureiros e tiveram diversos graus de colaboração, destacando-se pela positiva o primeiro e pela negativa o quinto.

 

Direcção acertada de César Marinho assessorado pelo veterinário João Maria Nobre.