Praça de Toiros de Santarém – 12.06.11
Director: José Tinoca – Veterinário: Jorge M. Silva – Lotação: 1/3 casa
Cartel: Joaquim Bastinhas, António Telles, Vitor Ribeiro, Filipe Gonçalves, Marcos Bastinhas, Francisco Palha
Forcados: Amadores de Santarém
Ganadaria: António Silva
Os toiros de António Silva, (todos marcados contudo com o 8 na espádua direita), trouxeram complicações aos cavaleiros pela falta de bravura generalizada que patentearam, porque saíam soltos e buscavam tábuas, estando bem apresentados e com trapio. Na verdade, exigiram muitos conhecimentos de lide e recursos de que nem todos dispõem e o maestro da Torrinha, António Telles, deu cabal lição de brega e bem tourear a um manso, solto e sem vontade de investir, saindo em plano de triunfo da corrida.
Joaquim Bastinhas abriu praça e esteve diligente e voluntarioso na forma como abordou o oponente, cravando à tira os compridos e deixando depois quatro curtos em sortes a sesgo já que o toiro se encostou a tábuas e não fazia muita intenção de sair desses terrenos.
No segundo da tarde António Telles mostrou como se lida um manso que saía solto e buscava as tábuas mal perdia de vista a garupa do cavalo e, à custa de muito trabalho, o maestro da Torrinha deu-lhe a volta e conseguiu bons momentos de toureio, de um toureio que não se vê habitualmente mas que foi de uma eficácia tremenda. Ferros a aguentar de praça a praça a investida sem fixação do toiro, levando ao limite esse aguentar da sorte para cravar e, por isso também, nem sempre os ferros foram deixados ao estribo. Mas que tiveram maestria, valor e sabedoria, lá isso tiveram.
Em terceiro lugar actuou Vitor Ribeiro que alternou bons com menos bons momentos mas que na série de curtos, e após bons momentos de brega, veio em crescendo, culminando com um quinto curto, de frente, de muito boa nota. Está a atravessar um bom momento e isso notou-se no decurso da lide.
Filipe Gonçalves chegou ao público nos curtos e apesar de alguns delizes na cravagem, do meio da lide em diante as coisas rodaram bem ao cavaleiro algarvio com um terceiro curto de boa nota, e finalizando com um de violino.
Também de violino, mas de palmo, e meio par, rematou Marcos Bastinhas uma actuação mediana e onde trabalhou bastante para sacar o toiro para os médios mas sem que este cooperasse. O terceiro curto, sesgado, foi de boa nota.
Em sexto e último lugar actuou Francisco Palha. Uma lide de altos e baixos, com alguns falhanços pelo meio mas também uma fase final de maior impacto com terceiro bem deixado em sorte ao pitón contrário e o seguinte sesgado, para rematar com dois de palmo.
Os Amadores de Santarém tiveram tarde algo facilitada pois os «Silvas» não colocaram problemas demais aos que tiveram o privilégio de serem escolhidos para a cara dos seis exemplares. Abriu praça António Grave de Jesus (bem à primeira), Luis Sepúlveda (também ao primeiro intento), João Vaz Freire ainda à primeira, enquanto João Góis apenas à segunda consumou, tal como João Brito mas esta com o toiro a sair com mais pata e António Imaginário fechou-se com decisão ao primeiro intento.
Direcção de corrida muito acertada de José Tinoca assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva, perante cerca de 3500 espectadores nas bancadas da Celestino Graça.