ABENÇOADO ANTICICLONE DOS AÇORES
Praça de Toiros do Campo Pequeno – 19.05.11
Director: Ricardo Pereira – Veterinário: José M.Lourenço – Lotação: 3/4 fortes
Cavaleiros: Joaquim Bastinhas, Luis Rouxinol
Forcados: T.T.Terceirense
Matadores: Antonio Ferrera, Luis Bolivar (substituiu A.Talvante)
Ganadaria: Rego Botelho
Coincidência ou não, o tempo, meteorologicamente falando, havia mudado. Da chuva ao sol e á noite amena foi um pequeno passo. Tal como da expectiva sobre o comportamento dos toiros açoreanos de Rego Botelho rapidamente se passou a uma certeza – a de que todos tiveram condições de lide – e que os toureiros tiveram matéria-prima para o triunfo grande. Uns alcançaram-no, outros ficaram-se pelo nimbo e, pela primeira vez, vimos entrar dois cavaleiros na arena após a lide sem que se escutassem palmas... Seria porque os açoreanos amantes do toiro acima de tudo estavam em maioria? Foi deles sem dúvida a noite e de parabéns está o ganadeiro pelo extraordinário jogo do nº 17, 504 kg e de nome “Guarda”, que pelas suas qualidades de nobreza, bravura, recorrido e transmissão, bem merece o regresso aos pastos da Terceira e deixar descendência. Merecidas inteiramente as voltas à arena do ganadeiro após a lide deste e do último da magnífica noite.
Grande noite de toureio a pé
Protagonista principal foi o matador de toiros Antonio Ferrera, bem secundado pelo seu colega Luis Bolívar, ante toiros (3º e 7º) que tiveram enormes qualidades e lhes permitiram brilhar a grande altura. Antonio Ferrera encontrou-se em primeiro lugar com um extraordinário toiro que lhe permitiu brilhar a grande altura na muleta, ligando os muletazos em circulos que pareciam não terminar. Séries de grande categoria pela capacidade de «aguante» do toureiro, pela forma como se colocou e à muleta para, com verdade e profundidade desenhar muletazos que fizeram rejubilar os aficionados e fazendo-se credor de uma grande faena e justas as duas voltas que deu no final. Um toiro que nãos e fartava de investir por ambos os pitons e que o matador soube aproveitar ao máximo, recreando-se e dando um grande espectáculo a todos quantos estavam nas bancadas do Campo Pequeno. Esteve bem de capote e no que foi segundo do seu lote levantou o público dos assentos no terceiro par de bandarilhas, a quiebro, de reunião ajustadíssima.
Luis Bolivar mostrou disposição no seu primeiro mas no que encerrou praça teve oportunidade para se exprimir de outra forma, mais artística e pausada, com uma estética nos passes que muitos julgavam não conseguir. O colombiano que entrou pela via da substituição, esteve em grande plano na faena de muleta a esse último toiro, com muletazos de grande expressividade e profundidade, entregando-se, rompendo-se «los riñones» como se diz na gíria e terminando também ele em plano de triunfo e a merecer repetição.
Pouco impacto do toureio a cavalo e dos forcados
A noite não foi dos cavaleiros apesar da qualidade das investidas dos toiros de Rego Botelho.
Joaquim Bastinhas esteve vulgar na lide a sós, sem se comprometer nas viagens, e o público não reagiu como habitual ao seu toureio.
Luis Rouxinol esteve melhor, rematando a sua lide com um bom par de bandarilhas, mas sem romper em força frente ao sobrero.
A lide a duo não teve qualquer história ante um toiro imponente e aplaudido de saída. A história conta-se apenas no facto já descrito de o público não ter aplaudido os dois cavaleiros quando estes entraram na arena após a lide e até que chegaram ao centro da mesma. Uma nota para reflectir.
Quanto á prestações dos forcados terceirenses, não se pode dizer que tenham comprometido o espectáculo pois Marco Sousa consumou com decisão à 2ª, José Vicente à 1ª e menos afortuando estevevo cabo Adalberto Belerique que apenas á terceira e com ajudas carregadas conseguiu consumar.
A direcção de corrida esteve a cargo do delegado técnico tauromáquico sr Ricardo Pereira, assesorado pelo veterinário Dr José Manuel Lourenço perante ¾ fortes de lotação preenchidos.