MOMENTO HISTÓRICO ONTEM, 30 DE ABRIL, EM SEVILHA
A Feira de Abril de Sevilha estava a ser má em termos gerais e muito por culpa dos toiros que não investiam, que demosntravam falta d ecasta e de bravura. Mas o fim de semana foi pródigo em surpresas e desde logo, 2 Portas do Príncipe em dias consecutivos (El Juli a 29 e Manzanares a 30) e o indulto do terceiro toiro da tarde de dia 30, da ganadaria de Nuñez del Cuvillo – havia 43 anos que tal facto não se verificava naquela arena – criaram um momento histórico e os aficionados têm agora mais motivod para exigirem mais cartéis com Juli e Manzanares.
O toureio de Manzanares na corrida de dia 30, onde sublimou a classe e o temple, o mando e a profundidade com muletazos de escândalo, num “super slow motion” inimaginável onde se acoplaram toureiro e toiro numa cumplicidade de ligação e cadência, fazendo história, levantando o público nas bancadas e deixando emocionados muitos aficionados, com lágrimas a cairem pelas faces. E o momento em que se começa a desenhar o indulto é indescritível. Como que impulsionados por molas colocadas sobre as bancadas, os mais de 13 mil espectadores presentes na Real Maestranza de Caballeria de Sevilla, iniciaram o coro de pedido e os lenços brancos povoaram as bancadas quais pombas brancas. E depois, os gritos de “Torero, Torero, Torero” puseram ponto final num momento sonhado por todos quantos são aficionados e idolatram o toiro bravo.
A faena ao segundo do seu lote foi de sonho, novamente. Toiro e toureiro fundidos numa faena que apenas se sente, dificilmente se escreve ou descreve. Foram momentos sublimes, momentos puros de prazer onde os sentimentos e as emoções se mesclaram para atingir o extâse após mais uma estocada impressionante e permitiram a saída em ombros pela Porta do Príncipe.
Outro facto histórico pois no dia anterior, um El Juli lidador total havia conseguido o mesmo feito: cortou 3 orelhas em duas faenas de uma vibração e de méritos superiores e alcançava a glória com a passagem/saída a ombros por essa mítica Porta do Príncipe da Real Maestranza de Caballeria de Sevilla. Duas faenas a toiros complicados e onde matador madrileno se impôs desde os primeiros lances de capote Mas a muleta nas mãos de Juli ganha outra dimensão e a sua postura e colocação dão uma nova dimensão ao toureio poder e profundidade; mando total e submissão do toiro aos voos da rubra fanela. E a matar, sem margem para reparos. Foram também momentos sublimes de toureio e de alegria imensa para quem os partilhou.
No dia 28, uma surpresa: uma grande faena de Salvador Cortés ante um Victorino que investia com o focinho pelo chão e que teve classe e recorrido para que o matador pudesse exprimir a sua tauromaquia, muito em especial nuns magníficos naturais que fizeram soar fortes os olés.
Os resultados artísticos da Feira de Sevilha são os seguintes:
24 – Toiros de Daniel Ruiz. Morante de la Puebla (aplausos – silêncio); El Juli (ovação – 2 orelhas) e José Maria Manzanares (saudação – palmas)
25 – Toiros do Conde de la Maza. Luis Vilches (palmas – silêncio); Ivan Fandiño (silêncio – silêncio) e Oliva Soto (saudação – silêncio)
26 – Toiros de Dolores Aguirre. Antonio Barrera (silêncio – saudação), Salvador Cortés (silêncio – silêncio) e Alberto Aguilar (silêncio – silêncio).
27 – Toiros de Alcurrucen. Oliva Soto (silêncio – saudação), Ruben Pinar (silêncio – saudação) e Miguel tendero (silêncio – silêncio)
28 – Toiros de Victorino Martin. Juan Jose Padilla (palmas – saudação); El Cid (saudação – silêncio) e Salvador Cortés (silêncio – volta)
29 – Toiros de Garcigrande. Enrique Ponce (silêncio nos 2), El Juli (2 orelhas – orelha) e Cayetano Rivera Ordoñez (silêncio em ambos). El Juli saíu em ombros pela Porta d Príncipe
30 – Toiros de Nuñez del Cuvillo, o terceiro de nome Arrojado, nº 217 e 500 kg foi indultado. Julio Aparício (silêncio – Ssilêncio), Morante de la Puebla (saudação – silêncio) e Jose Maria Manzanares (2 orelhas simbólicas – 2 orelhas); Manzanares saíu a ombros pela Porta do Príncipe.