VLA FRANCA DE XIRA - 8 DE MAIO - A CRÓNICA DA CORRIDA
Praça de Toiros “Palha Blanco” – 8.05.11
Director: Ricardo Pereira – Veterinário: Jorge Moreira da Silva – Lotação: qause cheia
Cartel: Luis Rouxinol, Vítor Ribeiro, Marcelo Mendes
Forcados: Santarém, Vila Franca de Xira
Ganadaria: Canas Vigoroux
VILA FRANCA: PRAÇA QUASE CHEIA NA ALTERNATIVA DE MARCELO MENDES
Tarde dura e de toiros difíceis a que vivemos hoje em Vila Franca de Xira na alternativa de Marcelo Mendes e onde o destaque maior vai para a casa quase cheia que a "palha Blanco" ostentava. Eram 17h12 minutos quando Luis Rouxinol cedeu o ferro comprido a Marcelo Mendes na cerimónia de alternativa, cedendo-lhe também a lide do primeiro da tarde, marcado com o nº 205 e 530kg da ganadaria de Canas Vigoroux. Marcelo brindou a Álvaro Silva, da Sicasal, a sua primeira lide.
A “Palha Blanco” registou uma das melhores entradas dos últimos anos, depois da célebre corrida dos Miuras (já lá vão quase 10 anos) e mais uma alternativa.Momento sempre singular, mas ao mesmo tempo de exigência de transcendência para quem chega a esse importante patamar, e por isso, também, momento de algum nervosismo que urge ultrapassar para se ter a mente limpa e maior capacidade de raciocínio para, rapidamente, resolver os problemas que os toiros trazem.
A emoção do momento do brinde de Marcelo Mendes a Álvaro Silva, seu grande mentor e dono da quadra de luso-árabes que o cavaleiro utiliza, demorou a passar seguramente e isso sentiu-se na lide que deu ao seu primeiro toiro. Marcelo Mendes procurou impor-se a um toiro que foi de mais a menos e depois de dois compridos razoáveis, a série de curtos foi razoável. Mas o toiro descaíu para tábuas e aí de fechou e o jovem cavaleiro tentou por 3 vezes o ferro de palmo que não foi capaz de deixar no toiro. Por força da exigência popular deu volta com o forcado João Brito dos Amadores de Santarém que efectuou rija pega de caras ao primeiro intento. No que encerrou praça, de muita presença e bastante manso, voltou a sentir dificuldades na escolha dos terrenos e na abordagem ao toiro. Cumpriu nos compridos e deixou os dois primeiros curtos em sortes à tira e ainda outros três, destacando-se no de violino que encerrou a sua lide. Deu volta acompanhado do forcado Márcio Francisco, de Vila Franca, que executou rija pega de caras à segunda tentativa. Em ambos os toiros sofreu toques fortes.
Luis Rouxinol deu a volta ao seu primeiro com a habitual maestria mas, tal como os seus companheiros de cartel, não se livrou de alguns toques mais fortes nas montadas. Esteve bem a cravar os compridos e com os curtos esteve em plano aceitável, rematando com um bom par de bandarilhas. Deu volta com o forcado Pedro Castelo, de Vila Franca, que fez uma boa cara à segunda. No quarto da tarde, manso e a fechar-se em tábuas, teve de porfiar para deixar com mérito a ferragem da ordem. Foi acompanhado na volta à arena pelo forcado de Vila Franca Ricardo Patusco que se fechou com muita técnica e decisão à primeira.
Vítor Ribeiro andou em plano de total entrega como é seu hábito e esbarrou também com dois Canas Vigoroux» que não deram facilidades e sofreu alguns toques. Mas a garra de Ribeiro veio ao de cima e teve uma boa actuação no primeiro do seu lote com dois bons curtos em quarteios bem desenhados. Difícil foi a tarefa dos forcados de Santarém que só à 4ª tentativa o «agarraram» por intermédio de Diogo Sepúlveda que saíu bastante maltratado. No quinto da ordem de novo teve de porfiar para sacar o manso das tábuas, cumprindo a papeleta com entrega e deu volta á arena acompanhado de António Imaginário, dos Amadores de Santarém, que só à 4ª conseguiu consumar uma dura pega de caras.
Curro bem apresentado da ganadaria Canas Vigoroux, alguns deles de bastante trapio, mas por aí se ficaram. Mansos, duros e difíceis estes toiros que pastavam nos campos da Castanheira do Ribatejo, trouxeram emoção ás bancadas.
Boa direcção de corrida a cargo do Delegado Técnico Tauromáquico Sr Ricardo Pereira, assessorado pelo veterinário dr Jorge Moreira da Silva.